Governo retira vídeo de Lula apoiando Boulos e criticando Nunes

Evento no Dia do Trabalhador traz pedidos de voto e críticas, levando à remoção de gravação das redes governamentais

Por Plox

01/05/2024 19h37 - Atualizado há 18 dias

O governo federal removeu de suas redes sociais um vídeo de um evento ocorrido no Dia do Trabalhador em São Paulo, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedir votos para Guilherme Boulos, pré-candidato à prefeitura da capital paulista pelo Psol. O ato, proibido pela legislação eleitoral, ocorreu na Neo Química Arena e foi dirigido a uma plateia de sindicalista

Foto: Ricardo Stuckert / PR

No discurso, Lula expressou apoio explícito a Boulos, afirmando: "Ele está enfrentando três adversários e, por isso eu quero dizer para vocês, ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo para cada pessoa que votou o Lula em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, para votar no Boulos para prefeito de São Paulo”. A gravação originalmente compartilhada pelo CanalGov no YouTube foi deletada, mas continua disponível no canal pessoal de Lula.

O presidente também fez críticas ao prefeito atual de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), bem como a figuras políticas nacionais e estaduais, mencionando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aumentando a tensão política. Ele descreveu a disputa de Boulos como "uma verdadeira guerra" enfrentando adversários em diferentes níveis governamentais.

Esta ação do presidente desencadeou uma resposta de outros pré-candidatos, que indicaram que recorreriam à Justiça Eleitoral. A Lei das Eleições (9.504/97) especifica que, durante o período de pré-campanha, os candidatos podem se apresentar como pré-candidatos e participar de eventos públicos, mas é vedado o pedido explícito ou subentendido de voto, sendo considerado propaganda eleitoral antecipada e sujeito a multa.

Outros políticos, como o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Marina Helena (Novo), também anunciaram que buscarão medidas legais. A equipe de pré-campanha da deputada federal Tabata Amaral (PSB) ainda não comentou sobre o ocorrido. As regras sobre propaganda eleitoral se alteram a partir de 16 de agosto, quando se inicia oficialmente o período de campanha eleitoral.

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