Universidade do Pará suspende alunos de medicina por suspeita de fraude no Enem

Investigação aponta que um dos estudantes realizou o exame em nome dos outros, com cobrança de R$ 150 mil pela fraude

Por Plox

04/03/2024 16h14 - Atualizado há cerca de 2 meses

A Universidade do Estado do Pará (Uepa) anunciou na segunda-feira (4/3) a suspensão de três alunos do curso de medicina, suspeitos de envolvimento em um esquema de fraude no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com as investigações, um dos estudantes é acusado de realizar a prova em nome dos outros dois, cobrando R$ 150 mil pelo serviço. 

Foto: Reprodução 

A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado, determinando o afastamento dos alunos André Rodrigues Ataíde, Eliesio Bastos Ataíde e Moisés Oliveira Assunção do campus Marabá e a proibição de participarem de atividades acadêmicas e estágios curriculares obrigatórios, até a conclusão do processo pela Polícia Federal (PF).

A medida visa assegurar a transparência nas investigações, segundo explicou a instituição. Antes, a Uepa havia informado ao portal UOL que esperaria o término das apurações para definir as ações a serem tomadas. Os envolvidos são acusados de usar documentos falsos para a realização das provas, com André suspeito de se passar por Eliesio e Moisés em diferentes ocasiões. A polícia chegou aos suspeitos após receber denúncias anônimas, e os estudantes que teriam contratado o serviço de André também foram alvos de mandados de busca e apreensão, onde foram encontrados celulares, provas do Enem de anos anteriores e manuscritos.

Em defesa dos acusados, os advogados afirmaram à reportagem do Fantástico, da TV Globo, a inocência de seus clientes. Diego Freites, representante de André e Eliesio, declarou que provará a inocência dos dois, negando o recebimento de qualquer quantia para a realização das provas em nome de terceiros. Jordano Matias, advogado de Moisés, reforçou que seu cliente realizou o exame por conta própria e está disposto a cooperar com as autoridades para a resolução do caso. Até o momento, não houve prisões relacionadas à investigação.

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