Ataques do Novo Cangaço em Minas Gerais são retomados após período de calmaria

A cidade de Camanducaia foi palco de ações violentas, marcando o fim de seis meses sem incidentes similares no estado

Por Plox

07/05/2024 07h25 - Atualizado há 12 dias

Na última madrugada, a tranquilidade de Minas Gerais foi abalada com o retorno das ações criminosas conhecidas como "Novo Cangaço". Após seis meses sem incidentes, a cidade de Camanducaia, localizada no sul do estado, presenciou ataques a duas agências bancárias. Um grupo fortemente armado foi responsável pelo assalto, que incluiu tiros e explosões, chocando a comunidade local.

Foto: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG), até então, o estado havia registrado apenas dois casos de ataques similares em 2023, com o último ocorrendo em outubro. Este incidente em Camanducaia é o primeiro do tipo em 2024.

Em outubro do ano passado, a pequena cidade de Itinga, com 13 mil habitantes, situada no Jequitinhonha, também sofreu um ataque semelhante, executado por cerca de dez homens. A Polícia Militar (PM) de Camanducaia informou que, no ataque recente, aproximadamente oito indivíduos participaram da ação, disparando contra as agências do Santander e da Caixa Econômica Federal. Vídeos compartilhados nas redes sociais capturaram os sons dos disparos. Até o momento, não há confirmação se o grupo conseguiu levar alguma quantia em dinheiro e nenhum suspeito foi detido.

A redução significativa desses crimes em 2023 foi destacada pela Sejusp, que apontou uma queda de 99% nas ocorrências em comparação a anos anteriores. Por exemplo, em 2016, foram registrados 252 ataques. Ludmila Ribeiro, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (CRISP-UFMG), atribuiu a diminuição à implementação de estratégias de prevenção e maior vigilância, particularmente nas rodovias e com o uso de sistemas de videomonitoramento.

O tenente-coronel Flávio Santiago, porta-voz da PMMG, reiterou o compromisso da polícia em continuar investindo em inteligência para prevenir tais ataques, mencionando que a corporação tem desenvolvido várias táticas operacionais, muitas das quais são confidenciais. Ele também citou a operação em Varginha, que resultou na morte de 26 suspeitos, como um possível fator para a redução desses crimes, apesar de alguns questionamentos sobre o alto número de fatalidades.

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