Mais de 2 milhões de crianças no país estão sem vagas em creches

Inequidade e infraestrutura limitam acesso à educação infantil, apontam dados do IBGE e organizações educacionais

Por Plox

08/04/2024 15h07 - Atualizado há 21 dias

No Brasil, uma realidade preocupante se desenha no cenário da educação infantil: cerca de 2,3 milhões de crianças com até 3 anos de idade estão fora das creches, não por opção das famílias, mas devido a obstáculos de acesso, incluindo a escassez de vagas e a distância até as instituições educacionais. Este panorama foi destacado em um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado pela Todos pela Educação (TPE), evidenciando que a falta de oferta de educação nesta etapa é um dos principais desafios do país.

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Cenário atual e metas não alcançadas

De acordo com a legislação brasileira, embora não seja obrigatória, a creche é um direito assegurado às crianças e suas famílias, com o Estado responsável por disponibilizar as vagas necessárias. O Plano Nacional de Educação estabelece a meta de atendimento de pelo menos 50% das crianças de até 3 anos em creches até 2024, um objetivo que, segundo os dados recentes, está longe de ser atingido. Atualmente, apenas 40% das crianças nesta faixa etária frequentam creches no Brasil.

Dificuldades acentuadas pela desigualdade

O estudo revela uma disparidade marcante no acesso às creches, sendo as famílias mais pobres as mais afetadas. Para elas, a probabilidade de não conseguir vaga é quatro vezes maior em comparação com as famílias mais ricas. Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas da TPE, salienta a importância dessa questão, indicando que muitas crianças estão fora das creches por não haver unidades próximas, por falta de vagas ou por restrições de idade impostas pelas instituições.

Desafios regionais e iniciativas para ampliação

A demanda por vagas em creches não é uniforme em todo o país, concentrando-se em determinados estados como Acre, Roraima, Pará e Piauí, onde os índices de crianças fora das creches superam a média nacional. A situação exige não apenas a construção de novas unidades, mas também a adaptação da infraestrutura existente e a contratação de profissionais especializados, como enfatiza Alessio Costa Lima, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

 

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