Novo patamar para o salário mínimo em 2025

o aumento se baseia em índices de inflação e crescimento do PIB

Interlocutores do governo revelaram que o salário mínimo poderá alcançar R$ 1.502 em 2025, seguindo a política de valorização que considera a inflação dos últimos 12 meses até novembro e o crescimento do PIB de dois anos antes, que registrou alta de 2,9% em 2023. O anúncio oficial será feito na apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 ao Congresso Nacional nesta segunda-feira.

Desde o início deste ano, o valor vigente do salário mínimo é de R$ 1.412, ajustado conforme a nova legislação de valorização aprovada no último ano. A previsão de ajuste para 2025 ainda pode sofrer alterações, dependendo das variações na projeção de inflação e revisões nos dados do PIB pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Impacto nas contas públicas
a valorização do mínimo desafia o planejamento fiscal do ministro Fernando Haddad

A política de valorização do salário mínimo, apesar de benéfica aos trabalhadores, pode impor desafios ao planejamento fiscal desenhado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, principalmente porque o crescimento das despesas está limitado a um aumento real de 2,5% ao ano. Com muitos benefícios da Previdência atrelados ao salário mínimo, o aumento pode levar à compressão de outras áreas de gasto.

No contexto da apresentação do novo arcabouço fiscal no ano passado, o governo havia projetado um superávit de 0,5% do PIB para 2025. Contudo, informações apontam para uma possível revisão dessa meta para algo entre zero e 0,25% do PIB, conforme discussões que emergiram em relatos recentes.

Essa mudança na meta fiscal reflete a tentativa de ajustar as expectativas das contas públicas à realidade de uma arrecadação em desaceleração, além da conclusão de medidas de receita extraordinárias implementadas em 2024 que não serão renovadas no próximo ano. A manobra fiscal inclui também a antecipação de crédito de R$ 15,7 bilhões, que afetará permanentemente a base de cálculo do limite de despesas, aumentando a pressão por maiores receitas para alcançar um resultado fiscal mais ambicioso em 2025.