O dólar segue em alta: até onde irá?

Variação cambial recente levanta questões sobre a estabilidade do real frente ao dólar

Por Plox

16/04/2024 09h13 - Atualizado há 13 dias

O dólar, que tem mostrado uma tendência de alta nas últimas semanas, ultrapassou a marca de R$ 5,00 no final de março, chegando a R$ 5,12 na última sexta-feira e atingindo um pico de R$ 5,21 nesta segunda-feira, embora tenha recuado para R$ 5,18 ao fim do pregão. Segundo Emerson Marçal, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), "não veremos a moeda americana abaixo de R$ 5,00 no curto prazo".

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Pressões internacionais e internas: A valorização do dólar se deve a uma combinação de fatores, incluindo o acirramento das tensões no Oriente Médio e a expectativa de manutenção dos juros elevados nos Estados Unidos. O ataque do Irã a Israel no sábado reacendeu temores globais, impactando diretamente o preço do petróleo e, consequentemente, as previsões inflacionárias globais.

Desempenho do varejo nos EUA: Além disso, os dados positivos sobre as vendas no varejo americano em março indicam que a economia dos EUA continua aquecida, reduzindo a possibilidade de uma queda dos juros americanos no curto prazo. Este cenário atrai mais investidores para títulos do Tesouro americano, em detrimento de ativos mais arriscados, como as ações em mercados emergentes.

Impacto da política fiscal brasileira: No Brasil, a mudança na meta fiscal para 2025 anunciada pelo governo também influencia a cotação do dólar. A nova previsão sugere um saldo primário zero, com possibilidade de um déficit de até 0,25%. Isso sinaliza um possível adiamento nos ajustes fiscais necessários, o que acaba por aumentar a instabilidade do real.

Busca por segurança: Ricardo Teixeira, coordenador do curso de Gestão Financeira da FGV, destaca que o aumento das incertezas, tanto nacionais quanto internacionais, impulsiona a demanda pelo dólar como forma de proteção, refletindo a busca por segurança em um cenário econômico incerto.

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