A atitude corajosa de desistir: Uma perspectiva saudável e necessária, segundo especialistas

A decisão do tenista sérvio Novak Djokovic de não participar do Miami Open, anunciada no último sábado (16), gerou surpresa no meio esportivo. Aos 36 anos, o número um do mundo justificou sua escolha como um meio de equilibrar suas agendas pessoal e profissional, sem dar mais detalhes. Este ato de Djokovic, assim como a desistência anterior da ginasta Simone Biles das finais olímpicas de Tóquio em 2021 para priorizar sua saúde mental, destaca uma perspectiva saudável e necessária sobre a decisão de desistir, contrariando o estigma associado a tal ato.

O psicólogo Jailton Souza e o pesquisador Alexandre Gossn apontam que desistir pode ser visto como um ato de coragem e um indicativo de amadurecimento, respectivamente. Segundo Souza, a sociedade tem valorizado a persistência a todo custo, muitas vezes em detrimento da saúde mental e dos relacionamentos pessoais. Gossn, por sua vez, sugere que desistir pode ser uma decisão saudável, especialmente quando se percebe que os objetivos desejados são inatingíveis ou o preço do sucesso é alto demais.

Essa nova perspectiva sobre a desistência tem encontrado ressonância entre as novas gerações, que, de acordo com Souza, estão mais inclinadas a respeitar seus próprios limites e a fazer escolhas mais conscientes. A desistência, portanto, não é necessariamente um sinal de fraqueza ou fracasso, mas uma mudança de rota que reflete um olhar mais atento às próprias necessidades e desejos.

Os comentários positivos dos seguidores de Djokovic nas redes sociais e a declaração de Biles sobre sua desistência como sua "maior vitória" reforçam a ideia de que, em certos contextos, desistir pode ser a opção mais benéfica e corajosa. Afinal, como ressalta Souza, somos seres complexos, e reconhecer a necessidade de mudança pode ser crucial para nosso bem-estar.