Doutores da USP defendem mudança do termo "índio" para "indígena"

Entenda por que especialistas defendem o uso do termo "indígena" em substituição a "índio"

Por Plox

19/04/2024 10h09 - Atualizado há 13 dias

Márcia Mura, doutora em História Social pela USP, sugere que o "Dia do Índio" seja renomeado para "Dia dos Povos Indígenas" para refletir melhor a diversidade dessas culturas.
O problema com "índio": O termo é considerado genérico e pejorativo, não capturando as diferenças linguísticas, culturais e históricas entre os povos indígenas. Márcia Mura e o escritor Daniel Munduruku, doutor em Educação, criticam o termo por simplificar e estereotipar os povos originários.

Daniel Munduruku, escritor indígena, doutor em educação pela Universidade de São Paulo e pós-doutor em Linguística  — Foto: Divulgação
Foto: divulgação


Significado de "indígena": Este termo significa "natural do lugar" e é visto como mais adequado para representar a singularidade e a precedência dos povos nativos em seus territórios.
Movimento de mudança: A adoção de "indígena" é parte de um esforço mais amplo dos povos originários para definir suas próprias identidades e destacar suas características únicas, em oposição à generalização trazida por "índio".
Legislação em andamento: Um projeto de lei proposto pela deputada Joenia Wapichana busca oficializar a mudança do nome do dia comemorativo para "Dia dos Povos Indígenas", já tendo passado pela CCJ da Câmara dos Deputados em dezembro de 2021.
Identidade cultural: Além da nomenclatura, há um apelo para que as etnias sejam reconhecidas e referidas pelos seus nomes específicos, respeitando suas identidades culturais individuais.
Reinvindicação, não comemoração: Márcia Mura enfatiza que o 19 de abril não deve ser visto como um dia de celebração, mas como um momento de reivindicação e resistência frente às ameaças aos direitos e territórios indígenas, destacando o desmatamento e as invasões que ameaçam essas comunidades.
Diversidade de contextos: Os povos indígenas resistem em diversos ambientes, desde o interior da floresta até áreas urbanas, lutando pelo reconhecimento e pela demarcação de seus territórios tradicionais.
Este ajuste terminológico e conceitual visa a uma representação mais precisa e respeitosa, fundamentada no direito dos povos de definirem como desejam ser chamados e reconhecidos.

 

 

 

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