Ex-líder de tráfico em Minas Gerais é assassinado após progressão penal

Carlos Alexandre da Silva Juscelino, de 41 anos, mais conhecido pelo apelido de Nem Sem Terra, foi assassinado na noite de sexta-feira, em Patrocínio, Minas Gerais. A morte ocorreu uma semana após Nem receber o benefício de progressão para o regime semiaberto e um dia depois de lhe ser atribuída uma tornozeleira eletrônica para monitoramento. O ex-traficante foi condenado anteriormente a 72 anos de reclusão por uma série de crimes, incluindo tráfico de drogas e homicídios.

Antes de se mudar para Patrocínio, Nem Sem Terra era uma figura notória no tráfico de entorpecentes na comunidade Morro das Pedras, em Belo Horizonte, e tinha vínculos com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Após se converter e adotar práticas religiosas, decidiu deixar a capital em busca de um recomeço.

O crime ocorreu por volta das 22h, em sua residência no Bairro Santa Terezinha, onde Nem estava com a esposa. De acordo com ela, dois homens vestidos com fardas similares às da Polícia Militar bateram à porta, alegando estar ali para uma verificação judicial. Logo após serem admitidos na propriedade, os indivíduos atiraram em Nem Sem Terra assim que ele apareceu, fugindo imediatamente após o ataque.

A cena do crime revelou a gravidade do atentado, com seis tiros atingindo o tórax da vítima, além de quatro projéteis e cinco cápsulas de munição calibre 9 milímetros encontrados pela perícia. A Polícia Militar de Minas Gerais está investigando o caso e já recolheu gravações de câmeras de segurança das redondezas, além de investigar um veículo suspeito visto no local.

Nem Sem Terra tinha um histórico criminal extenso, preso desde janeiro de 2005, envolvido em mais de 20 homicídios, atos de tortura e numerosas outras atividades criminosas. Sua captura ocorreu após buscar tratamento para um ferimento de bala em um hospital em Betim, quando estava envolvido em um tiroteio entre facções rivais.

Até o momento, não há suspeitos presos pelo assassinato, e as motivações para o crime ainda estão sob investigação policial.