Cresce o número de brasileiros contra liberação da maconha no Brasil, mostra Datafolha

Nova pesquisa Datafolha revela aumento da oposição à proposta em julgamento pelo STF

Por Plox

23/03/2024 16h38 - Atualizado há cerca de 1 mês

Uma recente pesquisa conduzida pelo Datafolha indica um crescimento no número de brasileiros que se posicionam contra a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Com o Supremo Tribunal Federal (STF) avaliando a possibilidade de não mais considerar crime a posse de pequenas quantidades da substância, 67% dos entrevistados se manifestaram contrários à mudança. Este número representa um aumento em relação aos 61% registrados em um estudo similar realizado em setembro de 2023.

Foto: Alepa.pa.gov.br

Em contrapartida, a parcela da população que apoia a descriminalização caiu para 31%, comparada aos 36% do ano anterior. O levantamento, que ouviu 2.002 pessoas acima de 16 anos em 147 cidades brasileiras entre 19 e 20 de março, tem uma margem de erro de dois pontos percentuais.

A resistência à mudança se mostrou mais acentuada entre grupos anteriormente mais abertos à descriminalização, como jovens entre 16 e 24 anos e pessoas com maior nível de escolaridade. Entre os jovens dessa faixa etária, a oposição cresceu de 46% para 55%, e entre os mais escolarizados, de 53% para 68%.

O debate sobre a descriminalização se intensifica no STF, onde o julgamento do tema foi retomado no início deste mês, mas novamente adiado. Até agora, cinco ministros votaram a favor da descriminalização, enquanto três se posicionaram contra.

Especialistas comentam os resultados da pesquisa, apontando para o forte impacto da "guerra às drogas" na opinião pública brasileira e associando a crescente oposição à descriminalização a preocupações com segurança e combate ao tráfico de drogas.

A discussão se estende ao Senado, onde uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) visa inserir na Constituição a criminalização do porte de drogas, como forma de combate ao tráfico. A PEC avançou na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e aguarda votação em plenário.

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