Ronnie Lessa revela ter sido contratado para matar ex-presidente da Salgueiro

Disputa interna na escola de samba motivou plano contra Regina Celi Fernandes

Por Plox

25/03/2024 14h50 - Atualizado há cerca de 1 mês

Em uma revelação impactante, Ronnie Lessa, ex-policial militar, confessou ter sido contratado para executar Regina Celi Fernandes Duran, que já presidiu a escola de samba Salgueiro. Essa afirmação veio à tona por meio de uma delação aprovada pelo Supremo Tribunal Federal. Lessa apontou que o mandante do crime seria o bicheiro foragido Bernardo Bello. A execução estava programada para 14 de fevereiro de 2018, coincidindo com a data da apuração dos resultados do Carnaval carioca daquele ano, embora não tenha sido levada a cabo, sem detalhes divulgados sobre o porquê da desistência.

Foto: Reprodução/ Redes Sociais 

A trama para o crime

A conexão entre Lessa e o plano de Bello foi intermediada por Edmilson da Silva de Oliveira, conhecido como Macalé, um sargento reformado da PM que foi morto em 2021. Macalé, beneficiando-se financeiramente de Bello, repassou a tarefa a Lessa, que inicialmente hesitou, considerando outra missão mais lucrativa. Contudo, foi convencido a aceitar após uma reunião com o próprio Bello.

A motivação por trás deste atentado planejado girava em torno das disputas pelo poder dentro da escola de samba. Regina Celi liderou a Salgueiro a partir de 2008, sucedendo seu então marido e mantendo-se no cargo através de eleições subsequentes, algumas das quais envolveram disputas acirradas e controvérsias sobre sua elegibilidade para reeleições adicionais. Após uma série de eleições e uma batalha legal, Regina foi afastada do cargo em favor de André Vaz, marcando o fim de uma era conturbada na liderança da escola.

Preparativos para o assassinato

A preparação de Lessa para o crime envolveu uma pesquisa detalhada sobre Regina e seus familiares, uma abordagem semelhante à que ele usou em outro caso de alto perfil. Investigadores descobriram evidências dessas pesquisas realizadas no segundo semestre de 2017, indicando que o interesse em eliminar Regina surgiu à medida que seu mandato na presidência da Salgueiro se aproximava do fim, pouco antes das eleições presidenciais da escola em maio de 2018.

Esse caso lança luz sobre os bastidores tumultuados da cultura do samba carioca, revelando como conflitos de poder e influência podem levar a planos de violência. A justiça segue investigando os detalhes e as ramificações dessa conspiração, buscando compreender completamente as forças em jogo nesse episódio sombrio.

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