Disputa fundiária pode ter motivado o assassinato de Marielle Franco, aponta PF

Segundo o relatório final do inquérito, uma disputa política relacionada a esse projeto pode ter sido o catalisador do crime.

Por Plox

26/03/2024 14h49 - Atualizado há cerca de 1 mês

Um projeto de regularização fundiária no Rio de Janeiro está no centro das investigações da Polícia Federal (PF) sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Segundo o relatório final do inquérito, uma disputa política relacionada a esse projeto pode ter sido o catalisador do crime.

Prisões e hipóteses

  • Domingos Brazão, membro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, foram detidos por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), suspeitos de ordenarem o assassinato.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
  • A animosidade dos irmãos Brazão, políticos influentes no Rio, em relação ao PSOL e, especialmente, a Marielle Franco, é considerada a principal linha de investigação. O partido se opôs anteriormente à nomeação de Domingos Brazão para o TCE.
  • A tensão escalou devido a um projeto de Chiquinho Brazão, então vereador, focado na regularização fundiária, contrariado por Marielle e o PSOL. O projeto, de acordo com a PF, beneficiaria áreas controladas por milícias.

Milícias e influência política

  • Milícias, grupos armados vinculados a agentes estatais e políticos, exercem poder mediante ameaças e violência, cobrando por serviços e controlando várias atividades econômicas nas comunidades do Rio.
  • A ocupação de terras, uma prática lucrativa e expansiva, é sustentada pelo apoio político, garantindo a regularização de terras ocupadas pelas milícias.
  • Especialistas apontam que essas ações não apenas geram receita, mas também consolidam bases eleitorais, reforçando o poder e a influência das milícias na política local.

Detalhes do inquérito

  • Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado dos disparos, teria sido prometido dois terrenos na Praça Seca para iniciar sua própria milícia, evidenciando a interligação entre crime organizado e empreendimentos imobiliários controlados por milícias.
  • O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, destacou a necessidade do Estado brasileiro retomar o controle de territórios dominados pelo crime organizado, enfatizando políticas de reforma urbana e agrária, demarcação de terras indígenas, e regularização de terras quilombolas como estratégias cruciais para a segurança pública e a promoção da cidadania.
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