
Mais de metade dos brasileiros desaprovam governo Lula, diz pesquisa Quaest
Pesquisa Genial/Quaest revela aumento contínuo na rejeição ao governo desde julho e aponta que maioria acredita que Lula faz gestão pior que a de Bolsonaro
Vinte anos se passaram desde que o escândalo do mensalão veio à tona, abalando as estruturas do governo Lula e marcando profundamente a história política do Brasil. Mesmo com o tempo, o episódio segue como um tema delicado dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), que evita abordá-lo diretamente.
A denúncia inicial surgiu em 2005, quando o então deputado Roberto Jefferson, pressionado por acusações de corrupção nos Correios envolvendo seus indicados, acusou o governo Lula de pagar mesadas a deputados do PL e do PP em troca de apoio político no Congresso. A revelação foi feita em entrevista publicada em 6 de junho daquele ano.
O escândalo, que ficou conhecido como mensalão, resultou no afastamento e posterior condenação de figuras centrais do partido, como José Dirceu (ministro da Casa Civil), José Genoino (presidente do PT), Delúbio Soares (tesoureiro), Silvio Pereira (secretário-geral) e João Paulo Cunha (ex-presidente da Câmara). A única exceção foi Pereira, que conseguiu acordo judicial para prestar serviços comunitários.
Genoino renunciou ao cargo de presidente do partido após um assessor de seu irmão, José Guimarães, ser flagrado com dólares escondidos na cueca no aeroporto de Congonhas, episódio que se tornou um dos mais simbólicos da crise. Tarso Genro assumiu a presidência do PT, deixando o Ministério da Educação. "A minha função era rejuntar os pedaços", declarou ele.
Delúbio Soares admitiu o uso de "recursos não contabilizados" para financiar campanhas eleitorais do partido. O então presidente Lula se pronunciou à nação em 12 de agosto de 2005, declarando-se traído e afirmando que o partido e o governo deveriam pedir desculpas. Na mesma época, o publicitário Duda Mendonça revelou ter recebido pagamentos do PT no exterior.
As investigações identificaram o desvio de recursos do Banco do Brasil como uma das fontes do esquema, e 18 deputados chegaram a ter seus mandatos ameaçados. O julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) só ocorreu em 2012, resultando na condenação de 24 pessoas. O relator Joaquim Barbosa afirmou que existia um “vasto esquema de distribuição de propina”, conhecido por boa parte do Congresso.
No entanto, dentro do PT, o tom mudou. Muitos integrantes passaram a criticar as decisões judiciais e apontar excessos na atuação do STF, sem, contudo, confrontar diretamente as autoridades como viria a acontecer anos depois com a Lava Jato. O ex-ministro José Dirceu, por exemplo, afirmou que foi transformado em vilão “de um dia para o outro” e que o verdadeiro objetivo era atingir Lula e desestabilizar o projeto político do partido.
O afastamento de Dirceu, Genoino e Delúbio reconfigurou o cenário político da legenda. Dilma Rousseff, então ministra das Minas e Energia, foi alçada à Casa Civil e se tornaria presidente em 2010. Com o passar do tempo, Dirceu e Delúbio começaram a articular possíveis candidaturas à Câmara dos Deputados para 2026.
Entre os petistas, o termo "mensalão" ainda carrega peso e constrangimento, sendo evitado até pelo próprio Lula. Durante a comemoração dos 45 anos do partido, o presidente mencionou os antigos aliados como vítimas de mentiras, mas sem citar diretamente o escândalo. Procurado, o PT respondeu por meio de sua assessoria que não se manifestaria sobre o tema, evidenciando que, mesmo após duas décadas, o assunto permanece como uma ferida aberta dentro da legenda.
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