A mais recente mobilização política do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) tem como alvo a gigante do streaming Netflix. Na manhã desta quarta-feira (1º/10), o parlamentar compartilhou uma mensagem nas redes sociais escrita em inglês: “In Brazil, we canceled @netflix too” — traduzido como “No Brasil, nós também cancelamos a Netflix”. A publicação marca a adesão do deputado à campanha internacional de boicote à plataforma.
Foto: Redes sociais Essa movimentação segue os passos do bilionário Elon Musk, que anunciou um dia antes, na terça-feira (30), que havia encerrado sua assinatura do serviço. Musk respondeu a um post de Matt Van Swol — ex-cientista nuclear e ex-fotógrafo — que alegou ter cancelado sua assinatura da Netflix devido à presença de conteúdo pró-trans direcionado a crianças e ao fato da empresa empregar uma pessoa que teria comemorado a morte do influenciador conservador Charlie Kirk.
“Acabei de cancelar minha assinatura da Netflix. Se você empregar alguém que comemorou o assassinato de Charlie Kirk e fizer conteúdo que incentiva conteúdo pró-trans para meus filhos (…) você NUNCA receberá um centavo do meu dinheiro. É tão simples quanto isso”, escreveu Van Swol. Em seguida, Musk respondeu de forma direta: “O mesmo [aqui]”.
Foto: Redes sociais Mais tarde, o empresário fez outro apelo em suas redes sociais: recomendou que seus seguidores também cancelassem a Netflix “pela saúde dos seus filhos”.
Inspirado por esse movimento, Nikolas Ferreira intensificou sua campanha digital. Além do boicote à Netflix, o deputado já vem liderando uma iniciativa chamada “#DemitaExtremistas”. Essa campanha visa pressionar empresas a demitirem funcionários com determinadas opiniões políticas, especialmente aqueles que expressaram apoio ou celebração à morte de Charlie Kirk nas redes sociais.
“Por meio da hashtag #DemitaEstremistas, os denunciados têm encorajado e incentivado o monitoramento político dos trabalhadores por seus empregadores, incentivando a demissão dos empregados que tenham opiniões ou convicções políticas que não sejam alinhadas com as opiniões e convicções de extrema direita, sendo esses trabalhadores classificados por eles como supostos ‘extremistas’”, aponta um trecho da denúncia feita por parlamentares do PSOL.
O documento, que solicita investigação, acusa Nikolas de usar suas plataformas digitais para divulgar postagens de indivíduos que teriam feito comentários sobre a morte de Kirk, pressionando as empresas onde essas pessoas trabalham a desligá-las de seus cargos.
A campanha do deputado segue gerando polêmica e amplia os debates em torno da liberdade de expressão, dos limites do ativismo político e da influência de figuras públicas como Elon Musk no comportamento de consumidores e empresas.