Recuo de Tarcísio é visto como estratégia por lideranças do centrão

O anúncio recente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de que pretende buscar a reeleição em 2026, e não disputar a Presidência da República, não foi recebido como uma desistência definitiva por parte de seus apoiadores no centrão. Ao contrário, a declaração foi interpretada por lideranças do grupo político como um recuo estratégico, um gesto calculado que não exclui a possibilidade de uma futura candidatura ao Palácio do Planalto.

Foto: Agência Brasil

A sinalização foi dada ao próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, em reunião ocorrida na segunda-feira, 29 de setembro. Para os entusiastas da candidatura de Tarcísio, a reafirmação de que ele permanece focado em São Paulo apenas reforça uma condição já conhecida: ele só entrará na corrida presidencial se tiver o endosso direto de Bolsonaro.

Em entrevista ao portal PlatôBR, o presidente do Partido Progressistas (PP), Ciro Nogueira, expressou exatamente essa perspectiva. “Para mim, Tarcísio é o melhor nome. Mas quem vai decidir é Bolsonaro”, declarou.

Aliados mais próximos ao governador em São Paulo, que mantêm certa cautela em relação à ideia de uma candidatura presidencial neste momento, consideraram o recuo como um passo prudente. Avaliam que a postura de Tarcísio mostra responsabilidade e preocupação com problemas críticos enfrentados pelo estado, como a segurança pública e a crise do metanol, que têm exigido maior atenção do governo estadual.

Mesmo com o recuo, a confiança na possibilidade de que Tarcísio seja lançado nacionalmente com apoio de Bolsonaro segue firme dentro do centrão. Para muitos, a movimentação atual representa apenas uma pausa estratégica, uma forma de preservar a governabilidade em São Paulo enquanto o cenário político de 2026 ainda está em formação.