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Saúde
Novo biossensor promete diagnóstico menos invasivo para câncer de boca
Protótipo brasileiro detecta metástase a partir da saliva e utiliza inteligência artificial, podendo reduzir cirurgias desnecessárias em até 70%.
01/11/2025 às 08:54por Redação Plox
01/11/2025 às 08:54
— por Redação Plox
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Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), com apoio da FAPESP, desenvolveram um protótipo de biossensor capaz de detectar sinais de metástase do câncer de boca usando apenas amostras de saliva.
Aparelho facilità a identificação de metástases do câncer bucal através da análise da saliva
Foto: Freepick
O aparelho, que se encaixa na ponta dos dedos, pode revolucionar o diagnóstico, tornando-o menos invasivo e mais preciso, além de ajudar a evitar cirurgias desnecessárias.
Como o biossensor identifica os sinais de metástase
O dispositivo funciona ao detectar três proteínas específicas presentes na saliva: LTA4H, CSTB e COL6A1. Esses biomarcadores estão associados à disseminação do câncer para gânglios do pescoço, um sinal de agravamento do quadro clínico.
O biossensor utiliza a espectroscopia de impedância eletroquímica para analisar o comportamento das proteínas ao entrarem em contato com a área ativa do sensor, que é composta por ZIF-8, um material poroso, e anticorpos altamente específicos. Esses anticorpos atuam como um sistema chave-fechadura, capturando as proteínas-alvo e aumentando a precisão da análise.
Descobertas e tecnologia envolvida
De acordo com a pesquisadora Adriana Franco Paes Leme, do Laboratório Nacional de Biociências do CNPEM, os biomarcadores foram mapeados inicialmente em tecidos tumorais e, em seguida, medidos na saliva com a nova tecnologia.
O protótipo foi projetado para ser de baixo custo, o que facilita o uso em consultórios médicos, odontológicos e por técnicos de saúde. A expectativa dos pesquisadores é que a ferramenta torne o diagnóstico da metástase mais rápido e confiável.
Resultados e apoio da inteligência artificial
Um dos diferenciais do dispositivo é a análise de dados automatizada por inteligência artificial. Modelos de machine learning treinados pela equipe permitiram identificar casos de metástase com índice de acerto de até 76% a partir do perfil das proteínas presentes na saliva. Dos três biomarcadores avaliados, o LTA4H se destacou como o de maior eficácia para diferenciar pacientes com ou sem disseminação tumoral.
Impacto no tratamento e no sistema de saúde
O câncer de boca tradicionalmente exige cirurgias invasivas, como a dissecção cervical, que podem deixar sequelas significativas. Com a nova tecnologia, a possibilidade de detectar a metástase de forma não invasiva pode reduzir consideravelmente o número de intervenções desnecessárias. Segundo a pesquisadora Luciana Trino Albano, em média, 70% das cirurgias realizadas para procurar metástase não identificam sinais da doença, e o biossensor tem potencial para mudar esse cenário.
Próximos passos: produção em escala e incorporação ao SUS
As pesquisadoras já iniciaram as etapas para viabilizar a produção do dispositivo em escala. A previsão é de que, em até três anos, o exame esteja disponível em kits portáteis para uso em hospitais, consultórios odontológicos e programas públicos de rastreamento.
Cenário do câncer de boca no Brasil
O câncer de boca afeta principalmente homens e está intimamente ligado a fatores de risco como tabagismo, consumo de álcool e infecção pelo HPV.
O desenvolvimento do biossensor oferece uma nova perspectiva para o diagnóstico precoce e pode trazer benefícios significativos para pacientes e para o sistema público de saúde.
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