O Tribunal do Júri de Ipatinga julga nesta segunda-feira, 1º de dezembro de 2025, o réu Gabriel Mendes Ernesto, conhecido como “Gaguinho”, acusado de duplo homicídio qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa qualificada. A sessão teve início às 9h, na Faculdade de Direito de Ipatinga (FADIPA), sob responsabilidade da 7ª Promotoria de Justiça Criminal do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). *

O julgamento é conduzido pelo Promotor de Justiça Jonas Junio Linhares Costa Monteiro e ocorre de forma isolada, após o desmembramento do processo que envolve outros acusados pelos mesmos crimes.

Corréus já foram condenados pelo Tribunal do Júri

Os demais réus do caso foram julgados anteriormente, em 14 de outubro de 2025, em sessão realizada na Câmara Municipal de Ipatinga. Na ocasião, o Conselho de Sentença condenou Lion Neres da Silva, o “Leozinho”, a 104 anos e 6 meses de reclusão; Wesley Teixeira Amorim a 77 anos e 3 meses; Guilherme Souza Drumond a 45 anos, 1 mês e 15 dias; Brendo Washington Ferreira Alves a 53 anos, 7 meses e 15 dias; e Waquiler Rodrigo Costa Bicalho a 6 anos e 9 meses de prisão. *

De acordo com as investigações, os condenados integravam um grupo criminoso atuante no tráfico de drogas local e teriam participado do ataque que resultou na morte de Gabriel Alves Araújo, de 18 anos, e Vitor Rodrigues dos Santos, de 17 anos, além da tentativa de homicídio de Carlos Sérgio Dimas da Silva, de 25 anos.

Execuções em via pública e disputa pelo tráfico

Segundo a denúncia apresentada pelo MPMG, os crimes ocorreram em 24 de maio de 2024, por volta das 13h30, no bairro Planalto II, em Ipatinga. Os acusados teriam agido armados com espingarda calibre 12, pistolas .40 e .380 e revólver calibre 38, executando Gabriel Alves Araújo e Vitor Rodrigues dos Santos e tentando matar Carlos Sérgio Dimas da Silva.

As vítimas foram surpreendidas em plena via pública, sem possibilidade de defesa, expondo outros moradores da região ao risco de serem atingidos. A acusação aponta que o crime foi cometido por motivo torpe e com recurso que dificultou a reação das vítimas.

Disputa de poder no tráfico motivou ataque

As investigações indicam que o grupo criminoso agia de forma organizada para controlar o tráfico de drogas na região. Uma carta que circulou pelo bairro, anunciando uma suposta “nova gestão” do comércio ilícito, teria sido o estopim para o ataque. *

De acordo com o Ministério Público, a continuidade dos julgamentos relacionados ao caso é vista como um passo importante para garantir a responsabilização dos envolvidos e reforçar o enfrentamento às organizações criminosas.

Esse julgamento representa um avanço fundamental no combate aos crimes violentos e uma resposta clara à sociedade sobre o enfrentamento aos grupos criminosos organizados

Promotor de Justiça Jonas Junio Linhares Costa Monteiro

Gabriel Mendes Ernesto é o último réu a ser julgado no caso. O júri acontece na FADIPA, localizada na Rua João Patrício Araújo, 195, no bairro Veneza, em Ipatinga.