Lindbergh quer bloqueio dos bens de Bolsonaro

Durante seu depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (2), Lindbergh Farias, líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, revelou que encaminhará à Procuradoria-Geral da República um pedido de bloqueio dos bens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O parlamentar acusa Bolsonaro de ser o principal financiador da atuação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos, por meio de uma campanha de doações de apoiadores organizada via Pix. Esses recursos, segundo Lindbergh, estariam sendo usados para sustentar ações junto a autoridades americanas com o objetivo de aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O petista, que presta depoimento no âmbito do inquérito da PF sobre a atuação internacional de Eduardo Bolsonaro, afirmou que a equipe reunirá provas concretas.

"Nós vamos entregar todos os documentos. Temos mais de 600 manifestações do Eduardo Bolsonaro, com roteiro das conversas com cada parlamentar e autoridade, pedindo sanções ao governo brasileiro\

, declarou antes de ser ouvido.Lindbergh ainda reforçou:

"O bloqueio de bens é para o Jair Bolsonaro, porque está claro, com declarações, que ele está sustentando o Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos por uma campanha de Pix. Achamos que isso alimenta uma campanha cotidiana de ataque às instituições\

Eduardo Bolsonaro licenciou-se do mandato de deputado em março e permanece nos EUA. Lá, ele atua na tentativa de influenciar membros do governo Donald Trump a impor medidas contra ministros do STF. Parlamentares da oposição argumentam que o STF vem desrespeitando direitos humanos ao julgar os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro.

Na última semana, Eduardo afirmou que a investigação aberta pelo STF sobre suas ações nos EUA poderá prejudicar as relações diplomáticas com o governo americano.

"[Alexandre de] Moraes e sua trupe de aloprados vão criar um grave incidente diplomático com os EUA\

, escreveu ele em seu perfil na rede social X.

A tensão entre os poderes continua a crescer, enquanto a investigação da PF segue em curso com novos depoimentos e apurações.