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Saúde

Fila para transplantes de córnea no país quase triplica em uma década

O CBO destaca que a pandemia de covid-19 teve um impacto significativo na suspensão de procedimentos eletivos, contribuindo para o aumento expressivo na fila de transplantes.

02/09/2024 às 22:15 por Redação Plox

Em dez anos, a fila de espera por transplantes de córnea no Brasil aumentou quase três vezes, passando de 10.734 pacientes em 2014 para 28.937 em junho de 2024, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram essa lista, concentrando aproximadamente 12,5 mil pacientes em espera.


Foto:  Divulgação/HFB

Impacto da pandemia e falta de doadores agravam situação

O CBO destaca que a pandemia de covid-19 teve um impacto significativo na suspensão de procedimentos eletivos, contribuindo para o aumento expressivo na fila de transplantes. Em 2020, o número de pacientes na fila saltou de 12.212 em 2019 para 16.337, um crescimento de 33%. A situação se agravou nos anos seguintes, com 20.134 pacientes em 2021, 23.946 em 2022 e 26.905 em 2023. Além da pandemia, o CBO aponta a insuficiência de doadores e desafios na gestão dos transplantes como fatores que agravam a situação.

Aumento regional das filas de espera

A Região Sudeste tem o maior número de pacientes na fila de espera ao longo dos anos. Em São Paulo, por exemplo, a lista de espera cresceu de 2.835 pacientes em 2019 para 4.587 em 2023. No Rio de Janeiro, o aumento foi de quase 50% entre 2021 e 2023, passando de 2.898 para 4.274 pacientes. Outras regiões como Rio Grande do Sul e Pernambuco também registraram crescimentos significativos, enquanto estados como Ceará e Amazonas apresentaram quedas de 67% e 77%, respectivamente.

Tempo de espera por transplantes varia pelo país

O tempo médio de espera por um transplante de córnea no Brasil é de 194 dias, cerca de seis meses. No entanto, alguns estados registram tempos de espera bem superiores, como Maranhão e Pará, onde os pacientes aguardam cerca de 19 meses. Em contrapartida, estados como Ceará, Paraná e Pernambuco apresentam os menores tempos de espera, com médias de 63, 119 e 121 dias, respectivamente. O CBO destaca distorções no sistema de assistência, com casos extremos de pacientes que aguardaram até 16 anos por um transplante, como no Rio de Janeiro.

Capacidade de transplantes precisa ser ampliada

Para eliminar a fila de espera, o CBO estima que seria necessário dobrar a capacidade atual de transplantes. Em 2023, foram realizados 16.027 transplantes, um aumento em relação aos anos anteriores, mas ainda insuficiente para atender à demanda crescente. Até junho de 2024, foram contabilizados 8.218 procedimentos, sendo quase 3 mil somente em São Paulo. O Brasil conta com 651 equipes treinadas para transplantes de córnea, distribuídas em 429 serviços habilitados, mas a maioria está concentrada no Sudeste e Sul do país.

Distribuição desigual e necessidade de expansão de serviços

Apesar da capacidade operacional instalada, o aumento do número de transplantes não tem sido suficiente para acompanhar a demanda. O CBO enfatiza a necessidade de uma distribuição equitativa dos recursos, especialmente em regiões com infraestrutura de saúde ocular menos desenvolvida. “A situação atual requer ações coordenadas entre o governo e as organizações de saúde para expandir e otimizar os serviços de transplante de córnea no Brasil”, afirmou a entidade.

Conscientização e melhorias na captação de doações

Para reduzir a fila de espera, o CBO sugere aumentar a conscientização sobre a importância da doação de órgãos e investir em infraestrutura nos bancos de olhos do país. A entidade defende campanhas educativas contínuas e melhorias no sistema de captação e distribuição de córneas como medidas necessárias para enfrentar essa crise. Essas questões, junto com os desafios do transplante de córnea, serão discutidas na 68ª edição do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que ocorrerá entre os dias 4 e 7 de setembro em Brasília.

 

 

 

 

 

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