Economia

China abre diálogo com Brasil para evitar falta de chips no setor automotivo

Em meio a restrições chinesas à exportação de semicondutores, governo chinês promete prioridade às montadoras brasileiras para garantir produção e empregos.

02/11/2025 às 10:18 por Redação Plox

O governo chinês anunciou a abertura de canais de diálogo com o setor automotivo brasileiro para evitar a falta de chips, peças fundamentais para a produção de veículos flex no Brasil. A decisão foi comunicada pelo embaixador da China no Brasil, Zhu Quingqiao, ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, conforme nota oficial divulgada neste sábado. Na ocasião, Alckmin pediu ao embaixador que fosse dada prioridade no fornecimento dos semicondutores às empresas nacionais.

O grande país asiático responsabilizou a Holanda pelo colapso na cadeia produtiva global

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Foto: (crédito: Reprodução/Freepik)


Setor automotivo busca apoio para garantir chips

Na última terça-feira, representantes de entidades do setor automotivo se reuniram com o vice-presidente para solicitar apoio do governo federal na interlocução com Pequim. O encontro contou com a participação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças) e o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Segundo Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a cadeia produtiva automotiva tem peso significativo na economia e impacto direto em diversos segmentos, como o setor siderúrgico, químico, plástico e de borracha. Ele destacou a importância do diálogo para estimular a expansão da indústria nacional e assegurar empregos de qualidade.

Crise internacional e restrições da China

O setor automotivo brasileiro se viu ameaçado após a China restringir exportações de minerais raros, semicondutores e chips, em resposta às políticas protecionistas adotadas por Estados Unidos e Europa no campo tecnológico. O cenário ficou ainda mais delicado depois que a Holanda interveio em uma empresa chinesa com grande participação no mercado mundial de chips para a indústria automotiva, levando o governo chinês a impor novas limitações à venda desses componentes.

Em meio às dificuldades enfrentadas por empresas europeias diante dessas restrições, a China já estudava a possibilidade de criar exceções nas regras de exportação. O país também responsabilizou a Holanda pela atual ruptura da cadeia global de fornecimento, acusando o governo holandês de interferir em questões internas de empresas chinesas. Essa disputa internacional ampliou o alerta do setor automotivo brasileiro sobre os riscos de desabastecimento.

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