Saúde

Brasil erradica transmissão do HIV de mãe para bebê

País mantém em 2024 taxa de transmissão do HIV de mãe para filho abaixo de 2%, reduz casos entre gestantes e crianças expostas e registra queda de 13% nas mortes por aids, aproximando-se das metas globais 95-95-95

02/12/2025 às 10:20 por Redação Plox

O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (1º/12), que o Brasil eliminou a transmissão vertical do HIV, isto é, a passagem do vírus da mãe para o bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação.


Brasil erradica a transmissão vertical do HIV, de mãe para filho

Brasil erradica a transmissão vertical do HIV, de mãe para filho

Foto: Reprodução

De acordo com a pasta, o país manteve em 2024 a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e registrou incidência de infecção em crianças inferior a 0,5 caso por mil nascidos vivos.

Indicadores em gestantes e bebês

O Brasil também apresentou redução de 7,9% no número de gestantes com HIV, que chegou a 7,5 mil casos, e queda de 4,2% na quantidade de crianças expostas ao vírus, totalizando 6,8 mil.

Outro dado destacado foi a diminuição de 54% no início tardio da profilaxia neonatal, medida que reduz o risco de transmissão do vírus para o bebê nos meses subsequentes ao nascimento.

A cobertura de pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes que vivem com o vírus atingiu 95%, índice alinhado aos critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Avanços no tratamento e na prevenção

A aids representa o estágio mais avançado da infecção pelo HIV, quando a baixa imunidade favorece o aparecimento de doenças oportunistas, que se aproveitam da fragilidade do organismo.

Os medicamentos antirretrovirais (ARV), introduzidos na década de 1980 para impedir a multiplicação do vírus no organismo, ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico.

O uso regular desses medicamentos é considerado fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e para reduzir internações e infecções por doenças oportunistas.

O tratamento combina diferentes fármacos, ajustados conforme a carga viral, o estado geral de saúde e até a atividade profissional do paciente, em razão dos possíveis efeitos colaterais.

Em 2021, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um novo medicamento para o tratamento de HIV, que reúne duas substâncias em um único comprimido.

Queda na mortalidade por aids

O novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde também apontou uma redução de 13% no número de óbitos por aids entre 2023 e 2024, passando de pouco mais de 10 mil para 9,1 mil mortes.

Alcançamos o menor número de mortes por aids em 32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente as tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Alexandre Padilha, ministro da Saúde

No mesmo período, os casos de aids caíram 1,5%, de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil em 2024.

Brasil mais perto das metas globais

Com os novos resultados, o país se aproxima das metas globais 95-95-95, que preveem que 95% das pessoas vivendo com HIV conheçam o diagnóstico, 95% delas estejam em tratamento e 95% dos indivíduos em terapia alcancem a supressão viral.

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