Lula quer inteligência artificial com linguagem própria no Brasil

Durante a cerimônia de posse do novo diretor-geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Lisandro Zambenedetti Granville, realizada nesta quarta-feira (2) em Brasília, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, revelou uma proposta ambiciosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): desenvolver uma inteligência artificial (IA) com uma linguagem própria brasileira.

Foto: Agência Brasil

Segundo a ministra, o objetivo central dessa iniciativa é garantir que a tecnologia seja isenta de vieses e reflita de forma fiel a cultura e o modo de ser do povo brasileiro. Ela destacou que essa diretriz já está prevista no plano brasileiro de inteligência artificial, lançado pelo governo federal no ano passado.

— Temos de ter nossa linguagem própria para evitar o que a gente vê no mundo, os vieses. E para poder adequar à nossa cultura, o nosso jeito de ser. Não dá para a inteligência artificial dizer que quem desenvolveu o avião foram os irmãos Wright e não o Santos Dumont, que é um brasileiro — declarou Luciana.

A ministra ressaltou ainda que a temática da inteligência artificial é considerada estratégica e central no governo de Lula. O plano nacional em andamento visa não apenas ao desenvolvimento da IA, mas também à criação de uma rede de data centers espalhados pelo território nacional, o que será impulsionado pela matriz energética limpa e renovável do país — um diferencial competitivo, segundo ela.

— Apresentamos um plano que é ousado, mas ao mesmo tempo factível. Estamos partindo da nossa capacidade instalada para dar passos. (…) Vamos cada vez mais dar passos largos, inclusive na rede de data centers que vai estar espalhada pelo país — afirmou a ministra.

A proposta pretende consolidar a soberania tecnológica brasileira e garantir que futuras aplicações de IA estejam alinhadas aos valores e à identidade nacional.