Impactos do uso excessivo de telas na saúde ocular

O uso excessivo de dispositivos digitais tem se intensificado após a pandemia da Covid-19, resultando em preocupantes consequências para a saúde ocular. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, aproximadamente 70% da população brasileira relata desconfortos visuais como olhos secos e fadiga ocular, causados pela extensa exposição às telas.

A oftalmologista Mariana Amaranto, que atua como professora de Oftalmologia na Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH) e preceptora no Hospital de Olhos Hilton Rocha, destaca a redução do piscar durante o uso de telas. Este hábito reduz a distribuição do filme lacrimal essencial para proteger os olhos, resultando em sintomas como secura, embaçamento visual e sensação de corpo estranho.

Outro dado alarmante é o aumento de 35% nos casos de miopia no Brasil nos últimos dez anos, fenômeno atribuído ao foco visual prolongado em curtas distâncias e à menor exposição à luz solar. Mariana explica que a luz solar é vital para prevenir a progressão da miopia, especialmente em crianças que passam mais tempo em ambientes internos.

Para mitigar esses efeitos, Mariana sugere a "regra de 30-30", onde após cada 30 minutos de uso de tela, recomenda-se uma pausa de 30 segundos para olhar o horizonte. Esta prática não só proporciona alívio visual, mas também ajuda na lubrificação dos olhos, essencial para a proteção contra infecções.

Apesar dos filtros azuis serem comumente recomendados para aliviar o desconforto ocular, a especialista ressalta que ainda faltam estudos mais conclusivos sobre sua eficácia na prevenção de doenças oculares degenerativas. A decisão de usar tais filtros deve ser discutida individualmente com um médico oftalmologista, conclui Mariana