Uso de supercola para tratar feridas: saiba o que dizem os especialistas

Recentemente, a internet foi inundada por imagens que mostram um indivíduo tratando uma ferida no dedo com uma cola de natureza similar à Super Bonder. Este fenômeno, que ocorreu nos últimos dias, gerou grande repercussão e dividiu as opiniões do público quanto ao uso deste tipo de material para cuidar de ferimentos.

Colas médicas x colas de supermercado

Segundo a dermatologista e pesquisadora Maria Victoria Suárez, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, existem colas próprias para uso médico que possuem um componente base similar ao das supercolas como a Super Bonder, que é o cianoacrilato. Contudo, as colas de uso médico são distintas, pois contêm ingredientes adicionais que tornam a substância mais flexível, garantindo que ela não quebre e permaneça no ferimento pelo tempo necessário para sua cicatrização. Além disso, Maria Victoria Suárez enfatiza a importância do caráter estéril das colas médicas, ao contrário das colas comuns encontradas em supermercados. Ela afirma: “há o perigo da entrada de partículas contaminadas, que podem ocasionar problemas na ferida do paciente”.

Avaliação médica: Um passo essencial

O papel do profissional de saúde é essencial na decisão de usar colas em feridas. Maria Victoria Suárez ressalta que apenas médicos devem utilizar colas para tratar feridas, uma vez que é crucial avaliar a profundidade do ferimento. "O médico precisa avaliar a profundidade da ferida para ter certeza de que é possível fechá-la com a cola. Quando o machucado é mais profundo, às vezes a cola não será suficiente, sendo necessário dar um ponto interno e fechar superficialmente com a cola. Se não for feito isso, existe o risco de a ferida abrir novamente", explica a dermatologista. Em feridas que não se fecham facilmente ou onde há tensão, o uso de cola sozinho pode não ser adequado e pode haver risco de reabertura.

Benefícios do uso de colas médicas em feridas

De acordo com o Mayo Clinic Health System, um dos sistemas de instalações médicas dos Estados Unidos, o uso de colas médicas para fechar feridas oferece vantagens como a ausência de dor, rapidez, e eliminação da necessidade de agulhas e possíveis sedações, principalmente em crianças que podem ficar agitadas e temerosas durante procedimentos de sutura. O sistema médico recomenda o uso de colas em feridas pequenas e em áreas do corpo com baixa circulação sanguínea.

Em resumo, é essencial entender que, embora colas similares à Super Bonder tenham sido usadas em um caso viralizado na internet, o uso de colas para tratar feridas deve ser feito com cuidado e sempre sob orientação médica. As colas específicas para uso médico são formuladas de maneira a atender às necessidades de cicatrização de feridas e garantir a ausência de contaminação, enquanto as colas comuns disponíveis em supermercados não são adequadas para esse fim.

Conclusão: Consulta Médica é Imperativa

O uso de colas para tratar feridas, como visto, é uma prática que deve ser realizada com colas específicas para uso médico e sempre sob a supervisão de um profissional de saúde. A consulta médica é imperativa para avaliar se a cola é uma opção viável, de acordo com a natureza da ferida. O fenômeno viral nas redes sociais trouxe à tona a importância da discussão sobre os cuidados adequados ao tratar feridas e a relevância do conhecimento e orientação médica para garantir práticas seguras e eficazes.

Com a disseminação rápida de informações através da internet, é sempre importante buscar fontes confiáveis e consultar profissionais de saúde antes de adotar quaisquer medidas de autocuidado, especialmente quando envolvem tratamento de feridas ou outras questões de saúde.