PT intensifica campanha contra elite econômica com uso de IA

A recente derrubada do decreto presidencial que aumentava o IOF pelo Congresso desencadeou uma intensa campanha digital promovida pelo PT e aliados do governo. Utilizando recursos de inteligência artificial, vídeos e imagens satirizam o presidente da Câmara, Hugo Motta, apelidado de 'Hugo Nem-se-Importa', retratando-o como insensível às pautas sociais.

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As publicações, impulsionadas por hashtags como #CongressoDaMamata e #HugoMottaTraidor, ganharam destaque nas redes sociais, acumulando milhões de menções. Em um dos vídeos, o avatar digital de Motta aparece em um jantar com empresários, afirmando: 'Meus amigos empresários, hoje é sobre vocês. Esquece o povo. A nova lei é simples: mais lucro para cima e conta de luz cara para baixo'.

A campanha visa destacar a proposta do governo de taxar os 'super-ricos', aqueles com renda mensal acima de R$ 50 mil, com uma alíquota mínima de 10%, para compensar a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. No entanto, a proposta enfrenta resistência no Congresso.

Em resposta à crise, o PT convocou cerca de 270 influenciadores digitais para fortalecer a campanha 'Taxação BBB' (Bilionários, Bancos e Bets). A estratégia, coordenada pelo marqueteiro Otávio Antunes, prevê fases que vão desde a conscientização sobre justiça tributária até comparações objetivas entre benefícios sociais e isenções fiscais concedidas a grandes empresários.

Durante as festividades do 2 de Julho na Bahia, o presidente Lula exibiu um cartaz pedindo a 'taxação dos super-ricos' e criticou a decisão do Congresso de derrubar o decreto do IOF, classificando-a como 'absurda'. Ele afirmou que 'os interesses de poucos prevaleceram dentro da Câmara e do Senado'.

A ministra Gleisi Hoffmann tentou amenizar a crise, defendendo Motta de ataques pessoais nas redes sociais. No entanto, o PT mantém sua ofensiva digital, buscando apoio popular para suas propostas de justiça tributária e enfrentando a resistência do Congresso.

'Precisamos agradecer ao Hugo Motta, porque ele deu um choque em todos nós. Ele permitiu que a gente reagisse, que deixasse claro o projeto que a gente defende', afirmou Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas.

A tensão entre o Executivo e o Legislativo permanece, com o governo recorrendo ao STF para tentar manter o decreto do IOF e avançar com sua agenda de justiça tributária.