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Polícia
Jovem que ficou seis anos presa injustamente morre dois meses após ser absolvida
Damaris ficou quase seis anos presa preventivamente e faleceu após luta contra câncer, mesmo após absolvição por júri popular.
03/11/2025 às 16:50por Redação Plox
03/11/2025 às 16:50
— por Redação Plox
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A jovem Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, morreu no último dia 26 de outubro, apenas dois meses após ser absolvida pelo Tribunal do Júri de Salto do Jacuí (RS). Ela havia passado quase seis anos presa preventivamente, acusada de participação na morte de Daniel Gomes Soveral, em novembro de 2018. Durante o período de detenção, Damaris foi diagnosticada com câncer do colo do útero.
Prisão sem provas diretas e apelo da defesa
Damaris foi detida em agosto de 2019, denunciada pelo Ministério Público sob a acusação de atrair a vítima ao local do crime, supostamente a pedido de terceiros. Desde o início do processo, a defesa afirmou sua inocência, alegando que Damaris apenas relatou a um ex-namorado ter sido vítima de estupro por Daniel Gomes Soveral. Segundo a defesa, o ex-namorado teria agido sozinho ao cometer o homicídio e incendiar o veículo.
Negativas de liberdade e agravamento de saúde
Mesmo sem provas diretas contra a jovem, pedidos para revogar a prisão preventiva foram negados pelo Ministério Público e pela Justiça. Damaris ficou recolhida em penitenciárias nas cidades de Sobradinho, Lajeado, Santa Maria e Rio Pardo, período em que relatou dores e sangramentos que já indicavam a gravidade do câncer. Ainda assim, laudos médicos apresentados não foram aceitos como comprovação de doença grave.
Apenas em março de 2025, diante do agravamento do quadro clínico, a Justiça concedeu prisão domiciliar, impondo o uso de tornozeleira eletrônica durante os exames e tratamentos médicos.
Damaris Vitória
Absolvição e perda irreparável
Em abril, Damaris passou a cumprir prisão domiciliar na casa da mãe, em Balneário Arroio do Silva (SC). O júri popular, realizado em 13 de agosto de 2025, resultou na absolvição da jovem de todas as acusações, confirmando a inexistência de envolvimento no crime.
A trajetória de Damaris foi marcada por sofrimento, prisão injusta e descaso com seu quadro de saúde.
Comoção e homenagens
A morte da jovem causou grande comoção na cidade. Amigos, vizinhos e familiares prestaram homenagens nas redes sociais, lembrando sua coragem e simpatia mesmo durante a doença. O corpo de Damaris foi sepultado em 27 de outubro, no Cemitério Municipal de Araranguá (SC), encerrando um ciclo marcado por luta e sofrimento.