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Jovem morre vítima de câncer 74 dias após absolvição no RS

Damaris Vitória Kremer da Rosa, que ficou seis anos presa e foi absolvida por falta de provas, faleceu após luta contra câncer diagnosticado na prisão.

03/11/2025 às 10:58 por Redação Plox

Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, faleceu 74 dias após ser absolvida por um júri no Rio Grande do Sul. A jovem havia passado seis anos presa preventivamente, acusada pelo homicídio de Daniel Gomes Soveral, ocorrido em 2018, em Salto do Jacuí, na região Noroeste do estado. Damaris morreu em 27 de outubro, vítima de um câncer de colo do útero diagnosticado enquanto ainda estava encarcerada.

Damaris faleceu dois meses depois de ser absolvida

Damaris faleceu dois meses depois de ser absolvida

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal


Anos de prisão e luta pela saúde

Damaris foi presa em agosto de 2019 e permaneceu na cadeia até março de 2025, quando a prisão preventiva foi convertida em prisão domiciliar, após o agravamento do seu quadro de saúde. Mesmo enfrentando dores e sangramentos, seus pedidos de revogação da prisão foram negados. Segundo decisões judiciais, não estava demonstrado de forma suficiente que a ré estava “extremamente debilitada por motivo de doença grave”.

Defesa relata pedidos não atendidos

A defesa de Damaris relatou ter tentado, sem sucesso, garantir melhores condições de tratamento para a jovem enquanto ela estava presa. Entre as solicitações negadas estavam a remoção da tornozeleira eletrônica e o acesso a hospitais, devido à oscilação de peso e ao tratamento do câncer. Damaris foi submetida a exames e procedimentos médicos ainda sob restrições impostas pela Justiça.

Fiz petições manifestando que ela estava tratando câncer e precisava transitar por hospitais. Ainda, havia a oscilação do peso. Pedi remoção da tornozeleira, mas nenhum desses pedidos foi atendido. Ela foi submetida a raio-x, exames, tudo com tornozeleira – advogada Rebeca Canabarro

Acusação foi afastada no julgamento

O Ministério Público sustentava que Damaris teria atraído a vítima ao local do crime, a pedido de outros acusados. A defesa argumentou que ela havia informado ao namorado sobre ter sido estuprada pela vítima, e que ele teria agido por conta própria. O julgamento, realizado em agosto de 2025, resultou na absolvição da jovem por negativa de autoria. O júri reconheceu a inexistência de provas que a ligassem ao homicídio.

A morte de Damaris ocorreu pouco mais de dois meses após sua absolvição e põe em evidência os desafios enfrentados por pessoas privadas de liberdade que necessitam de acompanhamento médico adequado.

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