Economia

Dólar recua e Ibovespa abre de olho em Copom e cenário internacional

Moeda americana cai levemente para R$ 5,3780 enquanto investidores aguardam decisão do Copom e repercussão do impasse fiscal nos EUA; Focus revisa inflação para baixo.

03/11/2025 às 09:50 por Redação Plox

O dólar começou a semana em leve baixa. Por volta das 9h15 desta segunda-feira (3), a moeda americana registrava queda de 0,03%, sendo negociada a R$ 5,3780. O Ibovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, só abrirá às 10h.

Movimentação do mercado diante de cenário internacional incerto

Em meio à expectativa pela próxima decisão do Copom sobre os juros na quarta-feira (5), investidores monitoram fatos do exterior que podem impactar o mercado brasileiro. A paralisação parcial do governo americano segue restringindo a divulgação de dados econômicos, e o mercado se orienta com indicadores privados e discursos de dirigentes do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

A prolongada paralisação nos EUA, impulsionada por desacordos entre democratas e republicanos, completou 34 dias. Entre as consequências, segue suspensa a publicação de indicadores cruciais, como o payroll e o índice de preços ao consumidor (CPI).

A falta de dados oficiais aumenta a incerteza dos investidores quanto aos próximos passos do Federal Reserve. Ainda assim, parte do mercado segue apostando em um possível corte de juros em dezembro.

Alguns números privados ainda serão divulgados nesta segunda-feira em solo americano, com destaque para o PMI da indústria e o índice ISM. Também estão previstos pronunciamentos de dirigentes do Fed ao longo do dia.

O fim do horário de verão nos EUA alterou o horário de abertura das bolsas de Nova York, que passam a funcionar das 11h30 às 18h, alinhando o encerramento do pregão brasileiro. Os mercados de câmbio e juros mantêm seu expediente normal.

Desempenho recente do dólar e do Ibovespa

No acumulado da semana, o dólar registra queda de 0,23%. Já no mês, a moeda tem alta de 1,08%, mas no ano apresenta recuo de 12,94%.

O Ibovespa exibe resultados positivos: alta de 2,30% na semana, 2,26% no mês e expressivos 24,32% no acumulado do ano.

Boletim Focus revela revisão para baixo na inflação

O mais recente Boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira pelo Banco Central, mostrou revisão positiva para a inflação deste ano, com expectativa reduzida pela sexta semana consecutiva, agora em 4,55%.

A pesquisa entre analistas do mercado financeiro também trouxe as seguintes projeções:

  • Inflação em 2026: permanece em 4,20%
  • Inflação para 2027: recuo de 3,82% para 3,80%
  • Inflação para 2028: queda de 3,54% para 3,50%
  • Crescimento do PIB em 2025: estável em 2,16%
  • PIB em 2026: permanece em 1,78%
  • Taxa básica de juros prevista para o fim de 2025: mantida em 15% ao ano
  • Fim de 2026: projeção de 12,25% ao ano
  • Fechamento de 2027: expectativa de 10,50% ao ano
  • Taxa de câmbio para o fim de 2025: R$ 5,41
  • Encerramento de 2026: R$ 5,50

Impasse orçamentário paralisa governo dos EUA

O bloqueio político entre democratas e republicanos impede a aprovação do novo pacote orçamentário e paralisa atividades federais há mais de um mês. A situação ameaça milhões de americanos que dependem de auxílios como benefícios alimentares e subsídios de saúde — já são 34 dias de impasse e incerteza crescente quanto à continuidade de assistências públicas.

Os trabalhadores federais seguem sem salário, enquanto o Senado deve se reunir, sem previsão de definição. O presidente Donald Trump declarou, em entrevista, que não aceitará ser pressionado por demandas democratas e só negociará após a reabertura do governo. Ele sugeriu ainda mudanças no regimento do Senado para aprovar o orçamento por maioria simples, mas encara resistência dentro do próprio partido.

Resultados positivos das gigantes de tecnologia impulsionam Wall Street

Na última sexta-feira (31), o mercado americano reagiu positivamente, recuperando parte das perdas recentes, estimulado pelos resultados acima do esperado de grandes empresas de tecnologia.

A Amazon registrou forte desempenho, puxado pelo crescimento da computação em nuvem e aumento das vendas, alcançando lucro líquido de US$ 21,2 bilhões no terceiro trimestre — aumento de 38% na comparação anual.

Já a Apple foi beneficiada pela boa aceitação da nova linha de iPhones, o que contribuiu para um lucro de US$ 27,46 bilhões, alta de 86,4% em relação ao ano anterior.

Com isso, os principais índices de Wall Street fecharam positivos: o S&P 500 subiu 0,29%; Nasdaq Composite, 0,61%; e Dow Jones, 0,08%.

Bolsas europeias e asiáticas apresentam resultados mistos

Os mercados europeus encerraram a semana em queda, refletindo cautela diante dos balanços corporativos e pela decisão do Banco Central Europeu de manter os juros inalterados. O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 0,5%; o DAX, na Alemanha, recuou 0,67%; o FTSE 100, no Reino Unido, perdeu 0,44%; o CAC 40 francês caiu 0,44%; e na Itália, o FTSE MIB teve leve alta de 0,06%.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção definida. O mercado chinês realizou parte dos lucros recentes após índices locais atingirem os maiores patamares dos últimos dez anos. O índice de Xangai recuou 0,81% e o CSI300 caiu 1,47%; em Hong Kong, o Hang Seng marcou queda de 1,43%. O Nikkei, no Japão, avançou 2,12% e o Kospi, na Coreia do Sul, subiu 0,50%. Taiwan e Cingapura tiveram leve baixa.

As oscilações globais mostram que investidores seguem atentos aos desdobramentos econômicos, políticos e corporativos, num cenário internacional ainda marcado pela instabilidade.


Com informações da agência de notícias Reuters.

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