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Saúde
Uso prolongado de melatonina pode aumentar risco de insuficiência cardíaca, aponta estudo
Pesquisa da American Heart Association revela que adultos que tomam melatonina por mais de um ano têm risco 90% maior de insuficiência cardíaca e quase dobram a mortalidade.
03/11/2025 às 09:39por Redação Plox
03/11/2025 às 09:39
— por Redação Plox
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O uso prolongado da melatonina, suplemento frequentemente utilizado para induzir o sono, pode estar associado ao aumento do risco de problemas cardíacos e morte em pessoas com insônia, segundo resultados preliminares apresentados pela American Heart Association.
Uso contínuo de melatonina pode elevar o risco de insuficiência cardíaca, revela pesquisa
Foto: Reprodução/Freepik
Estudo aponta riscos ligados ao uso prolongado
Pesquisadores analisaram registros eletrônicos de saúde de mais de 130 mil adultos diagnosticados com insônia, acompanhando dados por cinco anos. Metade desses pacientes utilizou a melatonina por pelo menos um ano. Entre os adultos que tomaram o suplemento por doze meses ou mais, o risco de desenvolver insuficiência cardíaca foi aproximadamente 90% maior do que entre aqueles que não fizeram uso da substância.
Além disso, esses indivíduos tiveram uma probabilidade 3,5 vezes maior de hospitalização motivada por insuficiência cardíaca, e quase dobraram o risco de morte por qualquer causa ao longo do período de acompanhamento.
Os suplementos de melatonina podem não ser tão inofensivos quanto geralmente se supõe. Se nosso estudo for confirmado, isso pode mudar a forma como os médicos orientam os pacientes sobre o uso de auxiliares do sono. – Ekenedilichukwu Nnadi, autor principal do estudo
Apesar dos resultados, os autores do estudo afirmam que ainda não é possível estabelecer uma relação causal direta entre o uso prolongado de melatonina e os efeitos graves apresentados.
São necessárias mais pesquisas para testar a segurança da melatonina para o coração. – Ekenedilichukwu Nnadi
O que é melatonina?
A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal, localizada no centro do cérebro. Sua produção é estimulada pela escuridão, enquanto a luz interrompe sua liberação. O papel do hormônio é ajustar o organismo para o início do sono e regular o ciclo de vigília e repouso, atuando em diversas funções fisiológicas, como processos metabólicos, cardiovasculares, respiratórios, digestivos, endócrinos e imunológicos.
A melatonina presente no organismo é chamada endógena. Já a melatonina exógena, fabricada sinteticamente, é comercializada como suplemento em comprimidos ou cápsulas.
A produção do hormônio pode ser reduzida por fatores como exposição à luz (especialmente azul, de telas eletrônicas), uso de certos medicamentos e envelhecimento.
Indicações da melatonina
De acordo com especialistas, a melatonina exógena é indicada principalmente para casos de:
Transtorno do espectro autista (TEA)
Deficiência visual (para sincronizar o ritmo sono-vigília)
Distúrbio de ritmo circadiano (quando a liberação do hormônio ocorre fora do horário adequado)
No tratamento da insônia, a melatonina pode auxiliar a iniciar o sono, mas não é aprovada como terapia principal para o distúrbio.
No Brasil, a venda do suplemento foi liberada pela Anvisa em 2021, sendo classificado como suplemento alimentar e disponível sem necessidade de receita médica.
Consequências do uso sem prescrição médica
Além dos potenciais riscos do uso prolongado apontados pela pesquisa, a automedicação com melatonina e a ingestão de doses elevadas podem causar efeitos colaterais, como:
Sonolência diurna
Tontura
Dor de cabeça
Náuseas
Pesadelos
Fadiga
Dificuldade de concentração
Especialistas ressaltam que é possível estimular a produção natural de melatonina através de hábitos saudáveis, como exposição à luz natural durante o dia, redução da luminosidade à noite e evitar o uso de dispositivos eletrônicos nas horas que antecedem o sono.