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Polícia
Acusado de atropelar e arrastar Tainara na Marginal Tietê diz ter sido torturado por policiais
Douglas Alves da Silva alega agressões e falta de atendimento médico após ser baleado por policiais; juízo determina apuração na Corregedoria, enquanto Polícia Civil defende legalidade da abordagem
03/12/2025 às 10:50por Redação Plox
03/12/2025 às 10:50
— por Redação Plox
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Preso por atropelar e arrastar a ex-companheira na Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo, Douglas Alves da Silva afirma ter sido vítima de agressões e possível tortura por parte de policiais no momento da prisão.
Segundo o boletim de ocorrência, Douglas teria tentado pegar a arma de um dos policiais durante a abordagem e acabou baleado no braço esquerdo. Ele foi encaminhado ao Hospital Municipal Vila Alpina, onde recebeu atendimento médico emergencial antes de ser levado à delegacia.
O delegado Augusto Bícego relatou ainda que Douglas não freou o carro e que Tainara só sobreviveu porque o corpo se soltou
Foto: Reprodução / TV Globo.
A defesa de Douglas, porém, contesta a versão oficial e alega que o acusado não recebeu o cuidado médico adequado após ser baleado, permanecendo com a ferida aberta e exposto a risco de infecção, em um ambiente classificado pelos advogados como insalubre.
Os defensores também afirmam que o homem não recebeu qualquer medicamento para dor, mesmo tendo sido apresentado em audiência com perfuração por arma de fogo e sangramento visível na sala de audiência.
Corregedoria acionada e posicionamento da Polícia Civil
Na segunda-feira (1º), o juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner determinou que as alegações sobre a conduta policial fossem apuradas pela Corregedoria da Polícia Civil.
Em resposta, a Polícia Civil informou ao Metrópoles que a abordagem ao autor da tentativa de feminicídio atendeu a todos os requisitos necessários e foi realizada dentro dos parâmetros de legalidade, ressaltando ainda que ele foi autuado em flagrante por resistência e desobediência, levado à delegacia após atendimento médico e que permaneceu preso após audiência de custódia.
Versão do suspeito sobre o atropelamento
Durante interrogatório, o homem disse estar “completamente arrependido” e afirmou que não conhecia Tainara Souza Santos.
Durante a prisão, o homem ainda avançou contra um policial e foi baleado no braço
Foto: Reprodução / TV Globo.
Segundo ele, tudo começou em um bar, na noite de sexta-feira (28/11), quando se envolveu em uma briga para defender o amigo Kauan após um desentendimento com o companheiro de Tainara. Na confusão, Douglas teria sido atingido por uma garrafada no rosto e ameaçado de morte, deixando o local em seguida, acompanhado do amigo.
Já dentro do carro, Douglas relatou ter visto Tainara com outro homem. Ele contou que fez uma manobra e estava indo embora quando “acabou batendo o carro nela”. Disse ainda que suspeitou de um problema mecânico ao notar que “o carro não ia para frente” após a batida, mas negou ter percebido que a vítima estava debaixo do veículo.
De acordo com o depoimento, pessoas começaram a gesticular, mas ele acelerou e deixou o local em direção à Marginal Tietê. Já na avenida, outros motoristas teriam buzinado e alertado que uma mulher estava abaixo do carro. O suspeito afirmou que parou em um posto de combustível metros à frente — momento em que Tainara se desprendeu do veículo —, mas decidiu fugir por medo de ser agredido.
Investigação aponta crime por ciúmes
A versão apresentada por Douglas diverge do que foi apurado pela polícia. As investigações indicam que ele conhecia Tainara e que os dois mantinham um relacionamento esporádico. A suspeita é de que o crime tenha sido motivado por ciúmes e pela não aceitação do fim da relação.
De acordo com as informações reunidas pela polícia, Kauan tentou impedir a ação de Douglas e insistiu para que ele parasse o carro enquanto Tainara era arrastada pela Marginal Tietê.
O delegado Augusto Bícego aponta que o motorista não interrompeu a fuga e que a vítima só se desprendeu do veículo porque o corpo acabou se soltando.
A irmã de Tainara relatou que Douglas já a perseguia há algum tempo e que ambos nunca chegaram a ter um relacionamento considerado sério.
Douglas Alves da Silva, de 26 anos, atropelou e arrastou Tainara Souza Santos no último sábado
Foto: Reprodução / Redes sociais.
Fuga, prisão e reação da vítima e família
Após o crime, Douglas teria contado o que aconteceu a familiares e procurado um advogado, que o orientou a deixar o carro longe do local dos fatos para que o veículo fosse entregue posteriormente às autoridades. O suspeito levou o automóvel até a casa de um ex-sogro, sem explicar a razão.
Em seguida, ele reservou um quarto em um hotel distante, onde foi preso no dia seguinte ao atropelamento. No momento da prisão, segundo o relato policial, Douglas ainda partiu para cima de um dos agentes e acabou baleado no braço.
Familiares, amigos e advogados de Tainara Souza Santos afirmam que pretendem atuar para que o caso tenha desfecho rigoroso na Justiça e que o responsável seja punido de forma exemplar.
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