Polícia

Novo exame descarta drogas e veneno em corpo de menina morta após suspeita de estupro

Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto não encontra substâncias tóxicas no organismo de Ana Alice, de 11 anos; polícia aguarda laudos finais para esclarecer causa da morte e origem de lesão genital

03/12/2025 às 12:09 por Redação Plox

Um novo exame realizado no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP) descartou a presença de drogas ou veneno no organismo de Ana Alice Santos França, de 11 anos, que morreu em 13 de novembro após dar entrada na unidade com suspeita de violência sexual.

Ana Alice dos Santos França faleceu dois dias depois de ser internada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP)

Ana Alice dos Santos França faleceu dois dias depois de ser internada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP)

Foto: Reprodução / Redes sociais.


O resultado foi divulgado pela Polícia Civil nesta quarta-feira (3) e se soma a um laudo da Polícia Científica que já havia apontado ausência de sêmen nas partes íntimas da menina, que morava em Serrana (SP) com a mãe, os irmãos e o padrasto.


Apontado como principal suspeito, o padrasto Douglas Júnior Nogueira está preso temporariamente e nega qualquer envolvimento no caso.

Polícia aguarda laudos e prepara reconstituição

Segundo a Polícia Civil, o exame que afastou a hipótese de envenenamento ou uso de drogas foi feito ainda no próprio HC de Ribeirão Preto, onde a criança permaneceu internada por dois dias antes de morrer.


O delegado seccional de Ribeirão Preto, Sebastião Vicente Piccinato, informou que aguarda a conclusão de um exame anatomopatológico, considerado decisivo para esclarecer a causa da morte e a origem da lesão na região íntima da vítima.

Estamos aguardando um exame anatomopatológico para saber a origem daquela lesão, se foi por alguma doença ou instrumento contundente. A gente quer saber qual foi o instrumento contundente ou foi uma doença preexistente que a menina tinha e pode ter provocado alguma lesão.

Sebastião Vicente Piccinato

De acordo com o delegado, há expectativa para que uma reconstituição dos fatos seja realizada nos próximos dias, em Serrana.

Investigação por estupro de vulnerável

Inicialmente, o caso foi tratado como tentativa de suicídio, porque a menina foi encontrada com o cordão de um brinquedo enroscado no queixo, segundo o relato do padrasto à polícia.

Já no Hospital das Clínicas, médicos identificaram material com aspecto semelhante a sêmen no corpo da criança e comunicaram a suspeita de abuso sexual à Polícia Civil.


O delegado Marcelo Melo de Lima Garcia informou que Ana Alice apresentava lesões na região genital e hematomas no pescoço, o que levou a Delegacia de Serrana a instaurar inquérito por estupro de vulnerável.

Como foi o atendimento à menina

Em 11 de novembro, Ana Alice deu entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serrana após ser encontrada desacordada dentro de casa, por volta das 23h, conforme relato do padrasto à polícia.


Douglas afirmou que se preparava para sair de casa para buscar a companheira, mãe da criança, no trabalho, quando encontrou a enteada desmaiada. A irmã de Ana Alice, que voltava da igreja naquele momento, ajudou a socorrer a menina até a UPA.


Ainda no mesmo dia, diante da gravidade do quadro, a criança foi transferida para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

Padrasto preso e perícias em andamento

Segundo a Polícia Civil, o padrasto concordou em fornecer amostras de sangue para confronto com o material genético inicialmente apontado como suspeito no corpo da vítima. Ele segue preso temporariamente e é tratado como principal suspeito no inquérito.


O pai de Ana Alice, Flávio França, relatou que recebeu da ex-mulher, por telefone, a informação de que a filha teria sofrido um acidente e que poderia ter tentado se enforcar.


Na noite de 13 de novembro, o Hospital das Clínicas comunicou oficialmente à polícia a morte da menina. O velório e o enterro ocorreram no dia 15.


A Polícia Civil ainda aguarda laudos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) para determinar a causa da morte de Ana Alice e esclarecer as circunstâncias das lesões. A prisão temporária do padrasto foi pedida com base em depoimentos já colhidos e em um vídeo gravado por ele ao encontrar a enteada desacordada.

Além de Douglas, os investigadores apuram a possível participação de um segundo suspeito, cuja identidade não foi revelada.

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