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Os efeitos da cultura do cancelamento

Em entrevista ao Portal Plox, profissional explica os efeitos psicológicos que uma pessoa cancelada pode sofrer

04/02/2021 às 20:43 por Redação Layara Andrade

O movimento conhecido como “cultura do cancelamento” começou há alguns anos e tem o propósito de deixar de apoiar, de diversas formas, figuras públicas que apresentem atitudes ou discursos julgados errôneos pela sociedade, como forma justiceira, de acordo com especialistas. Em 2019, a expressão foi eleita o termo do ano pelo Dicionário Macquarie. 

O ato conjunto ocorre, na maioria das vezes, por meio das redes sociais. Para o psiquiatra Lucas Bifano, o cancelamento é um jeito de punir de forma justiceira algo que seja contra os princípios morais da comunidade. “A necessidade de cancelar vem junto ao livre arbítrio que as mídias sociais proporcionam. Hoje em dia, todo mundo é invisível e o cancelamento em massa ocorre justamente por causa do anonimato” explicou. 

Em entrevista ao Portal Plox, o profissional explicou os efeitos psicológicos que uma pessoa cancelada pode vir a sofrer. “O cancelado passa a ter medo de se posicionar, de falar publicamente e pode adquirir crises de ansiedade, uma patologia muito comum atualmente”. 

Lucas Bifano, psiquiatra especialista em gestão e cuidados da família e comunidade. (Foto: arquivo pessoal)


Ainda de acordo com o psiquiatra, o cancelamento pode ser usado de forma benéfica. Exemplos claros de compreensão dos efeitos do ato são as duas recentes edições do programa “Big Brother Brasil”. Em 2020, o profissional analisa que houve um cancelamento válido por ações e discursos machistas e também racistas. Com a exposição dos confinados, um dos participantes chegou a ser investigado por denúncias pelo crime de estupro e tentativa de estupro. O feminismo ganhou força na referida edição, pelos movimentos dentro e fora da casa. 

Já na edição vigente, os participantes entraram falando do medo de serem cancelados. O ator Fiuk, por exemplo, fez curso de cultura social e feminismo antes de entrar para a Casa, conforme divulgado nas redes sociais da professora Laís Roberta. 

O caso mais comentado do BBB 21 é o de Karol Conká, cantora com repertório feminista, que tem feito comentários considerados maldosos, preconceituosos e ofensivos pelos internautas. 
O psiquiatra afirma que, as atitudes da cantora de impor regras, da maneira como tem feito, são uma forma de cancelamento forçado e inválido. “Esse é o momento que o “cancelador” se torna o ‘cancelado’ e o movimento causa efeitos invasivos”, afirmou.  A artista já perdeu mais de 350 mil seguidores no Instagram e também teve apresentações que, após o fato, foram suspensas.

Um dos reflexos desse movimento é que o cancelado, em muitos casos, desativa o perfil nas redes sociais para evitar danos maiores. Esse cenário não está presente apenas no âmbito nacional, mas reflete também em regiões e comunidades menores, como por exemplo, nos casos de influenciadores digitais e blogueiras.  

Lucas Bifano defende que, apesar de poder ser benéfico, esse tipo de movimento deve ser evitado. “Estamos todos em uma sociedade de constantes mudanças, isso não é diferente com o indivíduo. O ideal é o diálogo, explicar porque isso ou aquilo já não é mais aceitável". 

Para o advogado Rodrigo Dias Martins, o movimento que começou no mundo virtual pode ultrapassar barreiras. “A internet, de fato, nos dá liberdade e pode parecer “terra sem lei”, mas é preciso ter cautela porque atitudes virtuais podem ter efeitos no âmbito real”. 

Ele explica que “a liberdade de expressão e suas limitações abrangem questões além do ‘dizer o que penso’. Fato é que o exercício abusivo de determinadas liberdades não corresponde com o Estado democrático”. O advogado analisa o caso recente de Donald Trump que foi banido da rede social Twitter, considerando histórico de violações do ex-presidente aos termos de uso, em sua postagem que teria incitado atos antidemocráticos no Congresso Americano.

Rodrigo Dias Martins, advogado especialista em Direito Tributário. 
(Foto: Layara Andrade)

 

“Na medida em que a manifestação atentar contra outros direitos individuais de igual proteção constitucional, deve, o Estado, reprimir da maneira adequada, ou até mesmo a rede social, com quem temos vínculo privado, pode limitar nosso acesso, por violação aos termos de uso. É ensinar, de certa maneira, que aquilo que se está dizendo, é errado. É educar, como exige a vida em sociedade, o indivíduo à vida comum. É civilizá-lo”, analisou o profissional. 

 

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