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Por que tantos casais enfrentam crises no primeiro ano de vida da criança? Especialista responde

Mudanças hormonais, privação de sono e transformações cerebrais impactam a vida conjugal no primeiro ano da criança

04/02/2025 às 17:47 por Redação Plox

O primeiro ano de vida de um bebê é marcado por intensas mudanças na dinâmica do casal, e a ciência explica por que esse período pode ser tão desafiador. Segundo o neurocientista e mestre em Psicologia Dr. Fabiano de Abreu Agrela, membro da Society for Neuroscience (EUA), fatores como alterações hormonais, privação de sono e mudanças estruturais no cérebro influenciam diretamente na relação entre os parceiros.

A atriz Fernanda Paes Leme e o empresário Victor Sampaio anunciaram na última quarta-feira (29) o fim do relacionamento, ilustrando essa realidade. O casal, que estava junto desde 2021, teve sua primeira filha, Pilar, em 2024. A notícia foi compartilhada por Fernanda nos stories do Instagram, onde ela afirmou que a decisão foi tomada visando o bem-estar da bebê, que tem oito meses.

"Eu acredito que a gente tem que estar feliz para os nossos filhos, e eu e Victor estaremos muito melhores cuidando das nossas vidas separadamente", declarou a atriz.

A principal mudança ocorre no sistema endócrino. Durante esse período, há um aumento significativo da oxitocina, conhecida como o "hormônio do vínculo", na mãe, fortalecendo a conexão com o bebê. Nos pais, essa substância também pode aumentar quando há envolvimento ativo nos cuidados com a criança, mas, se o vínculo for desigual, pode haver um distanciamento emocional no relacionamento.

Além disso, o aumento do cortisol, hormônio do estresse, devido à privação de sono e sobrecarga emocional, ativa o sistema de resposta ao estresse, tornando os pais mais irritáveis e propensos a desentendimentos.

A queda da dopamina e serotonina, neurotransmissores responsáveis pelo prazer e bem-estar, também contribui para a crise. Segundo o especialista, a ausência de momentos de lazer e intimidade faz com que o casal se sinta esgotado e emocionalmente distante.

O cérebro dos pais passa por transformações

Além dos hormônios, o cérebro dos pais também sofre alterações significativas. Estudos indicam que há uma remodelação da substância cinzenta em regiões como o córtex pré-frontal e a amígdala, áreas ligadas à regulação emocional e comportamento parental. Essa adaptação biológica prioriza os cuidados com o bebê, mas pode diminuir o foco na relação conjugal, gerando um afastamento natural entre os parceiros.

Foto: Divulgação / MF Press Global

"O cérebro dos pais se ajusta para atender às demandas da parentalidade, e isso pode alterar a dinâmica romântica do casal, redirecionando o instinto protetor para o bebê", explica Dr. Fabiano.

 

O perfil da criança também influencia a relação dos pais

O impacto no relacionamento pode variar de acordo com as necessidades e características da criança. Pais de bebês com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por exemplo, precisam manter rotinas rigorosas e lidar com desafios na comunicação, aumentando o estresse.

Já crianças superdotadas podem exigir um nível alto de estimulação, sobrecarregando os pais mentalmente. No caso de bebês com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), a impulsividade e necessidade constante de monitoramento podem intensificar a tensão na família.

Pais de crianças com problemas de saúde ou condições neurológicas específicas também enfrentam um estresse elevado e uma ativação constante do sistema de alerta, o que pode desgastar ainda mais o relacionamento.

Foto: AdobeStock

 

Como preservar o relacionamento durante essa fase?

Para minimizar os impactos negativos e manter a harmonia no casal, o neurocientista recomenda estratégias baseadas na neurociência, como:

-Práticas de relaxamento e contato com a natureza para regular os níveis de cortisol;

-Rotinas de sono organizadas para reduzir a exaustão emocional;

-Atividade física, que ajuda a equilibrar neurotransmissores e melhorar o bem-estar;

Pequenos gestos de afeto, como conversas significativas e momentos de carinho, para estimular a liberação de oxitocina e dopamina.

Além disso, em casos de crises mais intensas, a terapia cognitivo-comportamental pode ser uma aliada importante. "A reestruturação cognitiva permite que os pais reorganizem suas expectativas e resgatem a parceria dentro da parentalidade", conclui Dr. Fabiano.

Compreender os impactos neurocientíficos dessa fase desafiadora pode ajudar os casais a encontrarem soluções eficazes para preservar o relacionamento, garantindo um ambiente emocionalmente saudável tanto para os pais quanto para o bebê.

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