A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS determinou a prisão do presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, durante a madrugada desta terça-feira (4). Ele foi detido por falso testemunho enquanto prestava depoimento ao colegiado.

Acusações e detenção durante a CPMI

Abraão Lincoln Ferreira da Cruz foi conduzido pela Polícia do Senado após receber voz de prisão do presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG). O parlamentar alegou que o depoente teria mentido de forma recorrente em sua oitiva, levando à tipificação do falso testemunho.

Tentou esconder de todas as maneiras que continuou o mesmo esquema, dessa vez ampliando, não só tirando dos pescadores, mas também dos aposentados. Acabou preso porque mentiu na CPMI. – Senador Carlos Viana

O caso aconteceu durante uma sessão marcada por questionamentos sobre a movimentação financeira da CBPA.

Relatórios apontam movimentação financeira irregular

Segundo relatório emitido pela Controladoria-Geral da União, a CBPA movimentou R$ 221,8 milhões entre fevereiro de 2023 e março de 2025, montante considerado irregular pelo órgão. Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) apontou que a entidade não apresentava uma estrutura condizente com o total de filiados cadastrados.

As suspeitas sobre o alcance e impacto do esquema reforçaram o clima de tensão na comissão.

Histórico de investigações

A trajetória recente de Abraão Lincoln inclui o afastamento judicial da presidência da antiga Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), em meio a suspeitas de venda ilegal de licenças de pesca. Ele também responde a processos na Justiça envolvendo corrupção e lavagem de dinheiro.