Justiça de Israel retoma julgamento de Netanyahu em meio a conflitos com o Hamas

A Justiça de Israel retomou o julgamento do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por corrupção nesta segunda-feira (4), em Jerusalém. A retomada acontece quase dois meses após a suspensão devido a um ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro. Netanyahu enfrenta acusações de corrupção, fraude e abuso de confiança em três casos distintos, alegações que ele nega veementemente.

Detalhes das Acusações No principal caso, Netanyahu é acusado de tentar obter cobertura jornalística favorável do portal Walla em troca de favores governamentais ao chefe do portal e do principal grupo de telecomunicações de Israel, Shaul Elovitch. Esses favores teriam gerado centenas de milhões de dólares para Elovitch. Além disso, Netanyahu é suspeito de ter recebido presentes avaliados em quase 200.000 dólares de figuras ricas, incluindo charutos, champanhe e joias, de 2007 a 2016. Entre os doadores estaria o produtor de cinema israelense Arnon Milchan.

Defesa e Consequências Netanyahu defende-se, afirmando que os presentes foram de amigos e nega ter solicitado algo em troca, descrevendo as acusações como uma "caça às bruxas". Ele não é obrigado a comparecer ao tribunal agora, mas pode ser chamado para depor nos próximos meses. Este julgamento, iniciado em 2020, é inédito na história de Israel para um primeiro-ministro em exercício.

Cenário Político Atual Após servir como chefe de governo de 1996 a 1999 e de 2009 a 2021, Netanyahu retornou ao cargo de primeiro-ministro no final de 2022, formando uma coalizão com partidos ultraortodoxos e de extrema-direita. Líderes políticos aliados a Netanyahu criticaram a retomada do julgamento em meio aos conflitos com o Hamas. As audiências sofrerão limitações, pois várias testemunhas e advogados foram convocados como reservistas devido à situação de guerra.