Semaglutida: uso estético aumenta, mas especialistas alertam para riscos

A Semaglutida, inicialmente desenvolvida para combater a diabetes tipo 2 e a obesidade, tornou-se popular entre indivíduos buscando perda de peso rápida, apesar dos avisos contra a automedicação. Este medicamento, destacado pela revista Science como uma inovação significativa, vem sendo adotado fora do seu propósito médico original, movimentando altos valores no mercado farmacêutico brasileiro e ganhando destaque nas redes sociais por seu efeito de saciedade.

Evolução do Uso e Efeitos Colaterais
Lançado na Dinamarca e disponibilizado no Brasil desde 2019, a Semaglutida imita a ação do hormônio GLP1, prolongando a sensação de saciedade após as refeições. Diferente de tratamentos anteriores, este medicamento apresenta resultados notáveis na redução de peso, mas seu alto custo e a disponibilidade limitada destacam-se como barreiras para muitos.
Apesar de sua eficácia, o uso da Semaglutida sem supervisão médica tem suscitado preocupações. Relatos de efeitos colaterais como náuseas e flacidez da pele, devido à perda de peso acelerada, chamam a atenção para os riscos da automedicação. Além disso, a Anvisa já identificou lotes falsificados do produto no mercado, aumentando os perigos associados ao seu consumo irresponsável.
Impacto Econômico e Social
A crescente demanda pela Semaglutida não apenas elevou a Novo Nordisk, fabricante do medicamento, ao status de empresa mais valiosa da Europa, mas também refletiu em mudanças no consumo de alimentos e no estilo de vida dos usuários. Projeções indicam que a tendência ao uso da canetinha pode alterar significativamente os hábitos alimentares, especialmente nos Estados Unidos, onde se estima que uma fração considerável da população venha a adotá-la até 2035.
Alerta dos Especialistas
Profissionais da saúde, incluindo endocrinologistas e dermatologistas, reforçam a importância da orientação médica no uso da Semaglutida. A busca por resultados estéticos rápidos não deve sobrepor-se aos cuidados necessários com a saúde, especialmente considerando os potenciais efeitos colaterais e o risco de dependência psicológica.