Conscientização e vacinação: armas contra o HPV no Brasil

Em 4 de março, o Dia Mundial de Conscientização sobre o HPV serve como um lembrete crucial da importância da prevenção contra o papilomavírus humano (HPV), responsável por cerca de 700 mil novos casos de infecção anualmente no Brasil. Este vírus, transmitido sexualmente, é notório por ser o principal causador de câncer de colo de útero, além de estar associado a outros tipos de câncer e ao surgimento de verrugas genitais e anais em homens e mulheres.

Vacinação: A Melhor Prevenção

Luiz Augusto Maltoni, cirurgião oncológico e diretor executivo da Fundação do Câncer, destaca a vacinação como a estratégia mais efetiva para combater o HPV. Ele enfatiza que a vacina, disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é "extremamente segura" e eficaz, especialmente para os tipos do HPV que são carcinogênicos. Maltoni ressalta a importância da imunização de jovens e adolescentes, entre 9 a 14 anos, antes do início da atividade sexual, para uma proteção efetiva contra o vírus. Adicionalmente, menciona que pessoas imunossuprimidas, incluindo aquelas portadoras do HIV/Aids, pacientes de câncer, e pessoas submetidas a transplantes, têm uma faixa etária mais ampla para a vacinação.

Desafios na Cobertura Vacinal

A cobertura vacinal contra o HPV no país ainda está aquém da meta de 90% estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo Maltoni, a falta de informação é um dos principais obstáculos, levando a um desconhecimento generalizado sobre os benefícios da vacina. Uma pesquisa conduzida pela Fundação do Câncer revelou que muitos brasileiros desconhecem a capacidade da vacina em prevenir tanto as verrugas quanto os cânceres associados ao HPV. O especialista critica os movimentos anti-vacina, considerando-os "completamente absurdos" e "anti-ciência", e ressalta o papel vital das vacinas na salvação de milhões de vidas ao redor do mundo.