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Política

Ex-vereador de Ipatinga é condenado pela prática de ‘rachadinha’ na Câmara

Ministério Público obtém condenação de ex-vereador e de outras duas pessoas envolvidas em esquema de “rachadinha” na Câmara Municipal de Ipatinga

05/07/2024 às 20:19 por Redação Plox

O ex-vereador de Ipatinga, Wanderson Silva Gandra, a então chefe de seu gabinete e um assessor foram condenados por envolvimento em esquema de obtenção de vantagens indevidas, prática popularmente conhecida como “rachadinha”. O ex-parlamentar se diz vítima de perseguição e informou ao Plox que vai recorrer da sentença. Veja os detalhes sobre o caso na Live.
 


 

Como funcionava a “rachadinha”
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, que pediu a condenação por improbidade administrativa, o ex-vereador exigia que todos os servidores comissionados indicados por ele para trabalhar na Câmara Municipal de Ipatinga lhe entregassem parte da remuneração, esquema popularmente conhecido como “rachadinha”.  
 

Foto: Divulgação / Câmara Municipal de Ipatinga

 

Durante investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), foi apurado que o então vereador realizava reuniões com todos os assessores lotados no seu gabinete e com servidores comissionados da Câmara Municipal que haviam sido indicados por ele, recolhendo parte da remuneração, cujo valor ele estipulava, sob ameaças de exoneração. Os próprios servidores testemunharam e detalharam os valores que repassavam a ele, os quais serviriam para abastecer a dois fundos, o de ‘gabinete’ e o de ‘campanha’. 
Ainda de acordo com as apurações, a chefe de Gabinete participava e articulava o esquema, enquanto o assessor atuava intimidando os servidores para a continuidade da prática ilícita. 
 

Prisão
Como consequência das investigações, em fevereiro de 2019, o Gaeco deflagrou a Operação Dolos que resultou na prisão de seis vereadores suspeitos de praticarem a “rachadinha”. Gandra foi preso no dia 20 de fevereiro durante reunião da Câmara Municipal de Ipatinga. A sessão chegou a ser interrompida. O então parlamentar ficou preso por cinco meses na penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba-MG, e renunciou ao cargo de vereador. No dia 5 de agosto de 2019 recebeu alvará de soltura, deixando a prisão. 
Em agosto de 2020, Gandra passou pelo primeiro julgamento na 1ª Vara Criminal da Comarca de Ipatinga. Ele foi condenado a cumprir 4 anos e 10 meses de detenção em regime semiaberto, por conta do crime de “rachadinha”. A sentença foi proferida pelo juiz, José Maria Moraes Pataro. Além da pena, Gandra foi condenado a pagar uma multa em torno de R$ 81 mil, para indenizar as vítimas, que eram seus ex-assessores de gabinete. 
 

Foto: Divulgação / Câmara Municipal de Ipatinga

 

Condenações
O ex-vereador foi condenado à suspensão de seus direitos políticos por cinco anos; à proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivos fiscais ou creditícios pelo mesmo prazo; ao pagamento de multa civil no importe do acréscimo patrimonial obtido, ainda a ser apurado, bem como de danos morais, no valor de R$50 mil.  
A ex-chefe de Gabinete teve seus direitos políticos suspensos por três anos, além da proibição de contratar com o Poder Público pelo mesmo período. O assessor, por sua vez, além da suspensão dos direitos políticos e da proibição de contratar com o Poder Público por três anos, também terá que pagar multa civil. 
A decisão é da Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Ipatinga. 
 

 

Foto: Divulgação / Arquivo pessoal

Posicionamento do ex-vereador
Por meio de áudio enviado à redação do Plox, Wanderson Gandra afirma que sofreu perseguição política, que as acusações são infundadas e que vai recorrer da condenação da justiça. Veja a transcrição do posicionamento enviado pelo ex-vereador
 

“O que eu tenho a manifestar sobre essa condenação é que não só agora, mas desde o início desse processo que a gente vem sofrendo, eu principalmente, foi uma grande perseguição política, não sei de onde que veio, de parte que veio, a gente tem muito suspeita, né, mas a gente não pode julgar. Mas eu particularmente nunca sequer peguei um centavo de assessor. Eu deixava o meu salário de vereador para despesa de gabinete. A única coisa que acontecia no meu gabinete é que eu permiti que os assessores dividissem o salário entre eles para todo mundo ganhar igual. Então veio aquela investigação, infelizmente tiveram as cartas marcadas e os bodes expiatórios. Porque se fosse olhar a respeito desse negócio de rachadinha era para investigar todos os vereadores. Muita gente na época, como até hoje, faz a tal de rachadinha. Eu nunca fiz porque eu nunca precisei, porque o meu forte não era política, toda a vida foi a construção civil. Agora não dá para entender essas condenações. Eu, principalmente, fui o mais castigado, fui exposto em todas as páginas dos jornais com a roupa de preso, algemado pé e mão, como se eu fosse um bandido perigoso. Eu não estou preocupado com o que vem dessa condenação. Nós vamos recorrer. Eu creio que, em um futuro bem breve, nós vamos ser absorvidos disso tudo, como foi o vereador Andrade. Eu estou muito tranquilo. Não estou envolvendo com política por esse tempo, mas no futuro mais distante, voltar. Eu vou provar para a cidade inteira quem é o Gandra na política realmente. Agora aqueles que me conhecem sabem, né, de todas as minhas manifestações como vereador, o político que eu fui”.

 

Outros vereadores presos pelo Gaeco a partir da Operação Dolos
Outros seis ex-vereadores também foram presos acusados pelo mesmo crime: Osimar Barbosa Gomes, o “Masinho”; Rogério Antônio Bento, o “Rogerinho”; Luiz Márcio Rocha Martins; José Geraldo Andrade; Gilmar Ferreira Lopes, o “Gilmarzinho” e Paulo Cézar dos Reis.
 

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