Jair Bolsonaro decidiu lançar o senador Flávio Bolsonaro (PL) como seu candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, em disputa direta com o presidente Lula. A definição foi comunicada a interlocutores próximos nesta semana e marca a primeira vez que o ex-presidente manifesta de forma clara essa intenção.

Preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília, Bolsonaro optou por um nome dentro da própria família para liderar o projeto eleitoral. A escolha de Flávio sinaliza a tentativa de manter o capital político do bolsonarismo sob comando de um herdeiro direto.

Estratégia para 2026 e fortalecimento de Flávio

Na avaliação de Bolsonaro, o filho primogênito tende a ganhar mais musculatura política à medida que se portar como pré-candidato ao Palácio do Planalto e intensificar agendas pelo país. A expectativa é que Flávio assuma uma postura de postulante desde já, com maior exposição pública e articulação nacional.

O ex-mandatário considera que o senador tem condições de unificar o partido e de se apoiar em um palanque robusto de governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e Cláudio Castro (PL), no Rio de Janeiro. Esse arranjo é visto como um ativo estratégico para 2026.

Papel de Lula e embates políticos

Com a previsão de que o presidente Lula disputará a reeleição, a tendência é que Flávio Bolsonaro intensifique viagens pelo Brasil e assuma protagonismo nos confrontos políticos com o petista. A construção dessa oposição direta é parte central do plano traçado por Bolsonaro.

Perfil moderado e sinalização ao mercado

No núcleo familiar, Flávio é visto como o nome capaz de oferecer maior “previsibilidade” à classe política e ao setor econômico, por exibir um perfil considerado mais moderado do que o dos irmãos. Essa característica é apresentada como trunfo para reduzir resistências e ampliar alianças em torno de sua eventual candidatura.