O apresentador Luciano Huck se tornou alvo de críticas nas redes sociais após a divulgação de um vídeo em que pede a indígenas que escondam celulares durante gravações realizadas na aldeia Kuikuro, no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, durante visita com a cantora Anitta.

Nas imagens dos bastidores, Huck solicita que indígenas que não estivessem com roupas tradicionais se afastassem e orienta para que os aparelhos celulares não aparecessem nas filmagens, sob o argumento de que não combinariam com a “cultura original”.

É o seguinte: a gente está cheio de câmera. Quanto mais celular de vocês aparece, acho que menos é a cultura de vocês. Quanto mais a gente conseguir preservar as nossas cenas sem celular. Porque assim, quando aparece vocês de celular, acho que mexe na cultura original. Quando tiver gravando, se vocês puderem “segurar” o celular, quem tiver que ver, valoriza mais vocês. Se puder falar isso para o povo, é bom.

Luciano Huck, no Parque Indígena do Xingu

Vídeo antigo ganha repercussão nas redes

A gravação foi feita em agosto deste ano, mas só viralizou nesta semana, após ser compartilhada por diversos perfis que criticaram a postura do apresentador. As reações incluíram acusações de que a fala reforça uma visão estereotipada sobre os povos indígenas e sua relação com a tecnologia.

Críticas de político e internautas

Entre os que se manifestaram está o vereador Fernando Holiday (PL-SP), que publicou em seu perfil no X uma crítica à atitude do apresentador. Outros usuários da plataforma também reagiram, defendendo que seja mostrado ao público que indígenas do Xingu fazem uso de celulares e outros recursos modernos, como forma de combater preconceitos e a imagem idealizada do “índio puro”.

Nas redes, houve ainda comentários apontando que decisões como a de restringir a aparição de celulares em cenas com indígenas contribuiriam para reforçar visões romantizadas e distantes da realidade contemporânea dos povos originários, tratando-os como personagens estáticos em vez de sujeitos de direitos que convivem com tecnologias e mudanças sociais.