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Saúde
Modelo desenvolve necrose após procedimento estético irregular com caneta pressurizada em SC
Karim Kamada, de 51 anos, teve celulite infecciosa e abscesso necrosado depois de tratamento para redução de celulite em clínica interditada pela Vigilância Sanitária em Jaraguá do Sul; especialista alerta para riscos do uso da caneta pressurizada e de enzimas aplicadas por não médicos
05/12/2025 às 09:12por Redação Plox
05/12/2025 às 09:12
— por Redação Plox
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O que seria um procedimento estético simples, voltado à redução de celulite e gordura localizada em glúteos e pernas, transformou-se em um pesadelo para a modelo Karim Kamada, de 51 anos. Moradora de Jaraguá do Sul, ela teve parte do corpo necrosada após se submeter a um tratamento que, segundo divulgado, utilizaria uma caneta pressurizada com enzimas.
Caso ocorreu em maio; profissional será processado por seis crimes, entre eles lesão corporal gravíssima e exercício ilegal da medicina
Foto: Arquivo pessoal
Karim realizou o procedimento em maio deste ano e, desde então, passou a apresentar uma série de sintomas: dores intensas, vermelhidão, inflamação, nódulos, febre alta, celulite infecciosa e, posteriormente, necrose. Após a denúncia feita pela modelo, a clínica onde o atendimento foi realizado foi fiscalizada e interditada.
Optei por um procedimento estético com caneta pressurizada com enzimas, vendido como seguro e sem riscos — contou Karim ao portal G1.
Karim Kamada
A modelo relata que encontrou a clínica de Vanderléia de Fátima Andrade Santos, de 46 anos, por meio de um anúncio na internet. Após as primeiras sessões, começaram a surgir os sinais de que algo não ia bem.
De acordo com Karim, depois de algumas aplicações surgiram dores intensas, vermelhidão e febre no local tratado. Mesmo com a queixa, ela diz que foi orientada a seguir o acompanhamento, sob a justificativa de que os sintomas seriam normais. Esse entendimento teria contribuído para que ela demorasse a procurar atendimento médico especializado.
Com o passar do tempo, porém, o quadro se agravou. Formou-se um abscesso necrosado, o que levou Karim a passar por duas cirurgias. Atualmente, ela segue em acompanhamento médico para monitorar a evolução das sequelas.
Segundo a modelo, o impacto foi não apenas físico, mas também emocional, afetando sua rotina e sua vida profissional.
Clínica é alvo de fiscalização e acaba interditada
A clínica onde Karim realizou o procedimento com caneta pressurizada com enzimas foi denunciada por ela à Vigilância Sanitária de Jaraguá do Sul. A primeira vistoria ocorreu no fim de julho, quando foram constatadas irregularidades, como a ausência de documentação obrigatória para o funcionamento de serviços de estética.
Entre as infrações identificadas estava a falta de alvará sanitário. Diante das irregularidades, o estabelecimento foi interditado.
Mesmo assim, em setembro, uma nova denúncia apontava que a clínica continuaria em atividade. A Vigilância Sanitária retornou ao local, desta vez acompanhada pela Polícia Militar, e lavrou um auto de infração.
A reportagem informou que tenta contato com a defesa de Vanderléia de Fátima Andrade Santos, de 46 anos, responsável pela clínica, desde a denúncia apresentada pela modelo, mas ainda não obteve retorno.
Como funciona a caneta pressurizada com enzimas
A presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Santa Catarina, Mariana Sens, explicou ao g1 que a caneta pressurizada com enzimas age empurrando substâncias pela pele por meio de pressão, sem uso de agulhas.
Segundo ela, essa forma de aplicação não permite controle preciso de dose, profundidade ou local de depósito das substâncias — parâmetros considerados essenciais em procedimentos injetáveis.
A especialista destacou ainda que o termo “enzimas” geralmente se refere a coquetéis utilizados para tratar gordura localizada, muitas vezes com inclusão de ácido deoxicólico e outras misturas manipuladas. Esses agentes, conforme explicou, devem ser aplicados por médicos, em plano subcutâneo, com técnica padronizada, produto regularizado e em ambiente capaz de oferecer suporte em caso de complicações. O uso inadequado, em plano superficial ou errado, pode provocar ulcerações e necrose.
Procedimentos exigem formação médica e podem envolver riscos
De acordo com informações do g1, com base no Conselho Federal de Medicina (CFM), a intradermoterapia consiste na aplicação de substâncias com efeitos medicinais diretamente na derme ou hipoderme. O método envolve o uso de medicamentos, conhecimento técnico e responsabilidade civil, legal, penal e ética por parte do profissional.
Dessa forma, o CFM entende que o procedimento deve ser realizado apenas por médicos. Além dos riscos à saúde, a aplicação por pessoas sem formação na área pode ser caracterizada como exercício ilegal da medicina.
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