A recente conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva movimentou os bastidores da política brasileira. O contato, que durou cerca de trinta minutos, ocorreu após o governo norte-americano impor uma sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros. Segundo o Palácio do Planalto, o diálogo foi amistoso e teve como foco o comércio e a economia entre os dois países. Lula aproveitou a ocasião para solicitar o fim das sanções aplicadas a autoridades brasileiras e a retirada da nova tarifa.
Foto: Câmara dos Deputados No entanto, o gesto foi interpretado de forma bem diferente pela oposição. O líder do Partido Liberal na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), classificou a iniciativa de Trump como uma 'jogada de craque', afirmando que a ligação revelou quem realmente não deseja o diálogo. $&&$ 'Trump fez uma jogada de craque. Mostrou ao mundo que quem não quer diálogo é o descondenado Lula' $, disse o parlamentar em uma rede social. Para Sóstenes, o presidente norte-americano teria dado um recado direto ao Palácio do Planalto ao deixar Marco Rubio, seu secretário de Estado, responsável pelas negociações sobre o tarifaço.
A escolha de Rubio foi igualmente comemorada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive atualmente nos Estados Unidos. $&&$ 'O secretário Rubio conhece bem a América Latina e sabe como funcionam os regimes totalitários de esquerda na região' $, escreveu o deputado, acrescentando que ele entende como o Judiciário pode ser usado como ferramenta política.
Do lado norte-americano, Trump publicou em sua rede Truth que a conversa foi 'muito boa' e destacou o tom positivo da ligação. $&&$ 'Tive um telefonema muito bom com o presidente Lula. Discutimos vários assuntos, principalmente economia e comércio. Gostei muito da ligação e espero encontrá-lo em breve, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos' $, declarou.
Após o telefonema, Trump nomeou Marco Rubio para continuar as tratativas com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Fernando Haddad, da Fazenda. O governo brasileiro confirmou que Lula sugeriu um encontro presencial durante a Cúpula da ASEAN, na Malásia, além de ter reiterado o convite para que Trump participe da COP30, em Belém (PA).
O episódio reforçou a diferença de percepções entre os dois lados: enquanto o Planalto tenta manter o tom diplomático, a oposição brasileira transformou a ligação em um símbolo de confronto político. A expectativa, agora, é sobre um possível encontro entre os líderes ainda neste ano.