
Intoxicação por metanol: especialistas alertam para riscos neurológicos
Substância altamente tóxica provoca sintomas como tontura, confusão mental, cegueira e pode levar à morte; casos em SP já causaram três mortes
Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23 anos, José Vitor Carrillo Reis, de 24, e a idosa Cleuza Maria de Jesus, de 78, permanecem internados em unidades de terapia intensiva após sofrerem uma grave intoxicação alimentar. O caso teve início após o consumo de uma torta de frango adquirida no dia 20 de abril, em uma padaria localizada no Bairro Serrano, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Conforme relato de familiares, os três pacientes seguem hospitalizados, sendo que Cleuza está em estado grave, enquanto o casal apresenta sinais de melhora. O casal havia comprado o alimento durante uma visita à idosa e retornou à padaria após suspeitarem que a torta estava estragada. Já em Sete Lagoas, onde moram, começaram a passar mal e buscaram atendimento médico urgente. No dia 28 de abril, ambos foram transferidos para um hospital particular na capital mineira.
A idosa, por sua vez, apresentou os primeiros sintomas apenas na manhã do dia seguinte. Cleuza sofreu uma parada respiratória e precisou ser reanimada antes de ser levada ao Hospital Med Center, em Venda Nova. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) investiga o caso como possível botulismo, doença rara e grave causada pela bactéria Clostridium botulinum.
No dia 24, a SES confirmou ter recebido a notificação dos três casos suspeitos. Médicos que atenderam as vítimas levantaram a hipótese de intoxicação por toxinas botulínicas ou substâncias como carbamato e organofosforado, frequentemente usadas em inseticidas. Ainda segundo o órgão estadual, os pacientes receberam o Soro Neutralizante Anti-toxina Botulínica dentro do prazo adequado.
As análises clínicas das vítimas, bem como amostras dos alimentos suspeitos, foram enviadas à Fundação Ezequiel Dias (Funed). A testagem será realizada pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, em articulação com a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte.
A padaria onde a torta foi comprada foi interditada em 23 de abril. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de BH, o local não possuía alvará sanitário e nem cadastro para emissão do documento. Além disso, foram identificadas graves irregularidades de higiene e infraestrutura. A Vigilância Sanitária realizou nova inspeção no dia 28 e apreendeu todos os produtos irregulares, autorizando que somente os itens adequados fossem recolhidos pelos funcionários.
Em meio à crise, o padeiro Ronaldo de Souza Abreu, de 55 anos, prestou depoimento à polícia, negando qualquer envolvimento em possível envenenamento e denunciando as condições precárias de higiene da padaria. Ele disse ter trabalhado no local por apenas seis dias e relatou falhas sanitárias que poderiam ter causado contaminação cruzada.
“Meu marido está há mais de 40 anos nessa profissão e isso nunca aconteceu. Estão fazendo uma acusação falsa contra ele”, disse Ruth.
Do outro lado, o proprietário da padaria, Fábio Silva, acusou o funcionário de tentar envenenar a própria esposa. Em entrevista à Folha de S. Paulo, afirmou que Ronaldo teria misturado as tortas ao levá-las para casa e vendido a versão envenenada no balcão, baseando-se em um suposto problema conjugal do padeiro. No entanto, a declaração não foi incluída no boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar.
A denúncia do proprietário, caso não comprovada, pode configurar falso testemunho, cuja pena pode chegar a três anos de prisão. Diante da acusação, Ronaldo informou que pretende acionar judicialmente o dono da padaria.
Enquanto a investigação avança, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da PBH segue monitorando o caso, e os resultados laboratoriais são aguardados para confirmar a causa da contaminação e responsabilizar os envolvidos.
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