Um mês após ser liberado da Penitenciária 2, em Tremembé, São Paulo, Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella em 2008, informou à Justiça que está trabalhando. Nesta quinta-feira (6), Nardoni abriu uma microempresa individual (MEI) com atividade principal de "promoção de vendas".
A defesa de Nardoni apresentou à Justiça um contrato entre a nova empresa de Alexandre e a construtora de seu pai, localizada em Santana, Zona Norte de São Paulo. O contrato especifica que Nardoni trabalhará como promotor de vendas de apartamentos novos e usados, além de supervisionar obras. O trabalho pode ser presencial ou remoto. Ele trabalhará de segunda a quinta-feira das 8h às 18h, e nas sextas-feiras das 8h às 17h. O salário mensal será de R$ 2,5 mil.
Alexandre Nardoni foi solto em 6 de maio após a Justiça conceder a progressão para o regime aberto. A Secretaria da Administração Penitenciária informou que a direção da Penitenciária II de Tremembé cumpriu o alvará de soltura às 17h20. O juiz José Loureiro Sobrinho destacou que, apesar das objeções do Ministério Público, "não há óbice à progressão devido à gravidade do delito".
Para o cumprimento do regime aberto, Nardoni deve seguir algumas condições, incluindo:
De acordo com a Lei de Execuções Penais, cada três dias de trabalho reduzem um dia de pena, e cada 12 horas de estudo também reduzem um dia. A pena de Nardoni foi reduzida em mais de dois anos graças a esses benefícios. Em setembro do ano passado, a Justiça aprovou um pedido de redução de pena, eliminando 96 dias. Outros 894 dias foram eliminados anteriormente devido a trabalhos e estudos realizados na prisão.
Condenado a mais de 30 anos de prisão em março de 2010, Nardoni inicialmente cumpriu pena em regime fechado. Em abril de 2019, ele progrediu para o regime semiaberto, que lhe concedeu saídas temporárias para ressocialização e manutenção de vínculo com o mundo externo.
O assassinato de Isabella Nardoni em 29 de março de 2008, quando ela foi jogada do sexto andar do apartamento onde morava com o pai e a madrasta, chocou o Brasil. Isabella foi agredida antes de ser arremessada pela janela. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá negam o crime.