Dólar sobe com impasse político nos EUA e alívio da inflação no Brasil

O dólar começou esta terça-feira (7/10) em terreno positivo, refletindo o impasse político nos Estados Unidos e os novos dados da economia brasileira. Às 9h15, a moeda americana era negociada a R$ 5,33, com avanço de 0,46% em relação ao real.

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Na véspera, o dólar havia encerrado o dia em leve queda, cotado a R$ 5,31. No acumulado de outubro, a moeda registra recuo de 0,22%, enquanto, no balanço de 2025, ainda acumula perda de 14,06% frente à moeda brasileira.

O cenário externo segue pressionado pela crise política em Washington. Na noite de segunda-feira (6/10), o Senado dos Estados Unidos rejeitou uma proposta que buscava encerrar a paralisação parcial do governo — o chamado 'shutdown'. Com isso, continua suspensa a divulgação de dados econômicos oficiais, aumentando a incerteza entre investidores.

O mercado segue atento a qualquer sinal sobre os próximos cortes de juros nos EUA, que têm impacto direto nas moedas emergentes, como o real.

Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) também participa de um evento em Paris. No dia anterior, ela declarou que o processo de desinflação na zona do euro chegou ao fim, com a inflação estabilizada próxima da meta de 2% e perspectiva de manter esse patamar pelos próximos anos.

No Brasil, o foco está na Medida Provisória do IOF, que perde validade nesta quarta-feira (8/10). A norma representa uma arrecadação estimada em R$ 20 bilhões. Na noite de segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para tentar garantir a aprovação do texto.

Haddad também comentou, no programa “Bom dia, ministro”, sobre o recente diálogo de cerca de 30 minutos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder americano Donald Trump. Segundo o ministro, há expectativa de encontros bilaterais com autoridades dos Estados Unidos na próxima semana, incluindo o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Enquanto isso, os investidores acompanharam a divulgação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). O indicador subiu 0,36% em setembro, abaixo das estimativas do mercado, que projetavam alta de 0,42%. Em 12 meses, o índice acumula aumento de 2,31%.

O resultado reforçou a percepção de alívio na inflação brasileira, ajudando a conter parte da pressão sobre o câmbio, mesmo em meio à turbulência internacional.

Combinando fatores externos e internos, o mercado financeiro brasileiro inicia a semana em clima de cautela, equilibrando a tensão política nos EUA e os sinais de estabilidade da economia doméstica.