R$ 69 mil mensal: CPI apura super salário de professor aposentado da USP

Um docente aposentado da Universidade de São Paulo (USP) tem em seus rendimentos valores que chegam a mais de R$ 69 mil. A revelação partiu de uma denúncia do Ministério Público de Contas do Estado, que coloca ainda outras duas instituições públicas de ensino superior como alvos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O primeiro encontro da comissão ocorre nesta quarta-feira, 8 de maio.

USP é alvo de CPI que investiga super salários- Foto: Jornal da USP

A informação sobre o valor acima do teto está no Portal da Transparência da USP e consta como remuneração R$ 69.265,07, seguido por outro docente bem pago, que embolsa R$ 54.519,75. Pela lei, o teto é fixado em R$ 23.048,59.

Além dessa instituição de ensino, passarão pelo crivo da comissão, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), todas mantidas com verba do Estado. Essas três faculdades teriam causado um déficit de R$ 17 milhões somente com esses pagamentos, é o que diz o MP.

Deputados entraram com pedido na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para a CPI, que vai investigar o caso. O Ministério Público avalizou as apurações, exigindo que as instituições cancelem esses pagamentos, e ainda, que os beneficiados devolvam. Caso isso não venha a acontecer, os reitores serão destituídos de seus cargos.

Através de um comunicado, a USP informou que “prestará todos os esclarecimentos necessários”; a Unicamp disse que “não há pagamento e super salários”; e a Unesp, por sua vez, explicou que “todos os funcionários da universidade que estariam hoje acima do teto constitucional estão submetidos a um redutor constitucional”.

Corte de verbas nas federais

O tema universidades federais está em pauta desde o anúncio do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que instituições federais terão 30% de suas verbas cortadas pelo Ministério da Educação (MEC), em abril. Diversas entidades acadêmicas estão sob contingenciamento. Os cortes são justificados, segundo o órgão, pelo fato dessas universidades terem demonstrado baixo desempenho e que nessas instituições têm sido realizados atos e eventos políticos e festas não condizentes com o ambiente acadêmico.

Atualizadas às 21h29