Síndico convoca assembleia para discutir pagamento a traficantes no Rio

A convocação de uma assembleia de condomínio chamou a atenção da Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta semana. O motivo é inusitado e preocupante: moradores de um prédio localizado na avenida Ministro Edgar Romero, em Madureira, Zona Norte da capital fluminense, foram chamados para votar a aprovação de uma taxa de R$ 1.800 mensais a ser paga a traficantes locais.

Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo o edital da reunião, marcada para o próximo dia 13 de maio, o valor seria destinado à 'comunidade do Morro do São José', com início previsto ainda neste mês. O documento deixa claro que o objetivo é oficializar o pagamento aos criminosos da região, com o intuito de garantir segurança aos moradores — uma prática que, segundo a polícia, configura extorsão.

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O condomínio fica próximo a uma favela dominada pela facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), grupo que controla o tráfico de drogas na área. A proposta apresentada pelo síndico sugere que, em troca do pagamento, os moradores seriam poupados de assaltos e outros crimes.

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) será a responsável por conduzir o inquérito. De acordo com informações da Polícia Civil, o síndico será intimado para prestar depoimento. Até o momento, não há registros de cobranças semelhantes em outros condomínios da região, mas denúncias sobre extorsões a comerciantes no entorno da Serrinha, que inclui o Morro do São José, existem desde 2020.

A prática de cobrança de 'taxa de segurança' por traficantes ou milicianos é recorrente em áreas sob domínio de facções criminosas, especialmente contra comerciantes. Agora, o caso de Madureira expõe uma nova faceta desse tipo de extorsão, voltada diretamente para moradores de residências particulares.