Morre Angela Ro Ro, ícone da MPB, aos 75 anos no Rio

Angela Maria Diniz Gonsalves, mais conhecida como Angela Ro Ro, morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos, no Rio de Janeiro (RJ). A cantora não resistiu após uma parada cardíaca, decorrente de uma nova infecção. Ela estava internada desde junho e enfrentava sérias complicações de saúde.

Foto: Reprodução

A artista chegou a passar 21 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), período no qual foi intubada e precisou realizar uma traqueostomia. Embora tenha apresentado sinais de melhora no início de agosto, voltando a falar após dificuldades de comunicação e motricidade, o quadro voltou a se agravar nos últimos dias.

Angela Ro Ro também enfrentava dificuldades financeiras. Sem aposentadoria, ela sobrevivia com cerca de R$ 800 por mês provenientes de direitos autorais. Em meio à crise de saúde, chegou a lançar um site para receber doações e contou com a solidariedade de fãs e colegas de profissão. Artistas organizaram shows beneficentes para custear o tratamento da cantora.

Com uma carreira iniciada na década de 1970, Angela Ro Ro marcou a música popular brasileira com sua voz poderosa, estilo irreverente e composições intensas. Seu disco de estreia, lançado em 1979, é considerado um clássico da MPB e inclui sucessos como “Amor, Meu Grande Amor”, “Gota de Sangue” e “Não Há Cabeça”.

Angela foi pioneira ao assumir publicamente sua homossexualidade em um período conservador, tornando-se uma das primeiras artistas brasileiras a falar abertamente sobre o tema. Sua coragem e autenticidade influenciaram gerações de músicos e fãs.

Ao longo de sua trajetória, lançou mais de 15 álbuns e se apresentou em diversos palcos pelo Brasil. Colaborou com grandes nomes da música nacional, como Maria Bethânia, Cazuza, Marina Lima e Simone. Sua obra, marcada por letras confessionais e arranjos sofisticados, permanece como legado importante da cultura brasileira.

A morte de Angela Ro Ro representa uma grande perda para a música brasileira. Sua autenticidade, sensibilidade artística e força pessoal continuam vivos na memória de quem acompanhou sua carreira e se emocionou com suas canções.