Anvisa desmente anúncios falsos sobre Mounjaro no SUS

Circulam nas redes sociais perfis e páginas que simulam sites oficiais de órgãos públicos, com o objetivo de divulgar falsas promessas sobre a distribuição gratuita do medicamento Mounjaro pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um alerta urgente nesta terça-feira (7/10), pedindo atenção dos consumidores diante dessas tentativas de golpe.

Foto: Reprodução/Anvisa

Os criminosos se aproveitam do alto custo do Mounjaro — que pode chegar a R$ 4 mil por mês — e da sua popularidade como tratamento para obesidade e diabetes tipo 2, para atrair vítimas. A substância ativa do medicamento, tirzepatida, é conhecida por promover perda de peso significativa, mas seu uso é restrito, com necessidade de prescrição médica e venda exclusiva em farmácias autorizadas. No entanto, ele ainda não está disponível no SUS.

As postagens enganosas oferecem o fármaco gratuitamente após um suposto cadastro por meio de links suspeitos. Esses anúncios fraudulentos replicam visualmente páginas institucionais e utilizam endereços eletrônicos semelhantes aos oficiais, como “gov.anvisa.org”, que não pertencem à Anvisa.

"Esses anúncios são falsos. A agência não vende, distribui ou indica pontos de venda. Os sites que prometem Mounjaro gratuito são tentativas de fraude", reforçou a Anvisa em nota oficial.

Além disso, a farmacêutica Eli Lilly, responsável pela produção do Mounjaro, também alertou para a circulação de versões supostamente manipuladas ou genéricas do medicamento, classificadas como falsas. Apenas farmácias licenciadas estão autorizadas a comercializar esse tipo de medicamento no Brasil.

A médica endocrinologista Alessandra Rascovski, diretora clínica da Atma Soma, explica que o uso do remédio ainda é bastante limitado no país devido ao seu preço elevado e à falta de políticas públicas que permitam sua inclusão no sistema público de saúde. "É preciso adotar tratamentos modernos no SUS, para que mais pessoas possam utilizá-los de forma segura e sob acompanhamento médico", comentou a especialista.

A Anvisa também ressaltou que medicamentos adquiridos por vias não regulamentadas representam risco significativo à saúde, expondo os consumidores a produtos falsificados, sem controle de qualidade ou com composições perigosas. O uso desses itens pode causar graves consequências, tanto físicas quanto financeiras.

Quem identificar postagens suspeitas deve evitar clicar nos links, não fornecer dados pessoais e realizar denúncia nos canais oficiais da Anvisa ou nas plataformas onde o conteúdo foi publicado.

O alerta serve como reforço do papel de vigilância da agência diante do crescimento de fraudes que se aproveitam do desespero e da vulnerabilidade de quem busca tratamento de saúde.