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Declaração do Vaticano sobre Maria busca conter interpretações distorcidas, apontam especialistas
Nota aprovada pelo Papa esclarece papel de Maria e reforça centralidade de Cristo como único Salvador.
08/11/2025 às 09:29por Redação Plox
08/11/2025 às 09:29
— por Redação Plox
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Uma nota divulgada recentemente pelo Vaticano reacendeu discussões a respeito do papel de Maria na tradição católica. O documento, aprovado pelo Papa Leão XIV, destaca que Jesus é o único Salvador e recomenda que fiéis deixem de chamar Maria de “corredentora”. A publicação teve forte impacto entre religiosos e estudiosos, levantando dúvidas e diferentes interpretações pela comunidade católica.
Papa Leão XIV ao lado da imagem de Nossa Senhora Aparecida
Foto: Reprodução/Instagram
Documento visa esclarecer, não alterar doutrinas
Especialistas ouvidos avaliam que a nova nota não traz mudanças à doutrina, mas busca pôr fim a debates antigos dentro da própria Igreja sobre títulos dados a Maria. Para parte dos analistas, a iniciativa também pode responder a questionamentos feitos por pessoas de outras religiões, que por vezes desconhecem a compreensão católica sobre a mãe de Cristo.
Mesmo assim, a publicação provocou incertezas entre alguns fiéis. Segundo os entrevistados, o teor do texto é de esclarecimento doutrinal, não de restrição à devoção mariana, um aspecto frequentemente celebrado pelos católicos.
A posição da Igreja sobre o papel de Maria
Para o jornalista e analista de Vaticano Filipe Domingues, o documento reforça um princípio tradicional: embora Maria tenha papel central no projeto de salvação, ela não é equiparada a Cristo. Segundo ele, a Igreja ressalta que Maria é totalmente humana, escolhida para ser mãe de Jesus, mas não tem natureza divina. O uso do título “corredentora”, avalia Domingues, sugeriria um status quase equivalente ao de Cristo, o que não condiz com a teologia católica.
Ainda de acordo com Domingues, o Vaticano procura esclarecer dúvidas causadas pela adoção informal de certos títulos. Termos como “corredentora” passaram a ser empregados por parte dos fiéis, em geral sem uma análise aprofundada do significado. O documento, preparado durante o pontificado de Francisco e aprovado por Leão XIV, tem o propósito de orientar e evitar confusões sem restringir a devoção à Maria. Ele destaca também que o Papa incentivou recentemente a oração diária do terço como forma de pedir pela paz.
Nota busca evitar mal-entendidos entre fiéis e outros cristãos
O arcebispo emérito Dom Murilo Krieger, membro da Academia Brasileira de Mariologia, pontua que o texto doutrinal esclarece títulos que podem gerar confusão dentro e fora do ambiente católico. O termo “corredentora”, por exemplo, é considerado desaconselhável pois pode induzir à interpretação de que Maria teria um papel redentor igual ao de Jesus, o que é afastado pelo próprio documento. A intenção do Vaticano é evitar mal-entendidos tanto entre católicos quanto em diálogo com outras denominações cristãs.
Dom Murilo lembra que questões sobre o tema foram examinadas há décadas e acredita que a nova nota vem como resposta a demandas por definição clara sobre o assunto. O arcebispo também ressalta que, para os católicos, só Deus é adorado — Maria, assim como os santos, são venerados como exemplos de fé e comprometimento cristão.
Títulos marianos e centralidade de Cristo reafirmadas
Para o internacionalista Henrique Gomes, especialista em assuntos ligados ao Vaticano, muitos compreenderam a nota como uma proibição à devoção mariana. No entanto, o texto apenas desaconselha o emprego de nomenclaturas inadequadas, recomendando títulos amplamente aceitos como “Mãe de Deus” e “Imaculada Conceição”.
Gomes recorda que, ainda que pontualmente o termo “corredentora” tenha sido mencionado por papas anteriores, nunca se equiparou Maria a Jesus. O documento atual, segundo ele, só retoma o conceito de que Maria é participante do plano divino, mas a salvação pertence exclusivamente a Cristo.
Outra preocupação da nova nota é blindar a Igreja de interpretações equivocadas ou mesmo acusações de idolatria. Ao reafirmar o papel de Maria, a publicação também aponta passagens bíblicas que fundamentam a devoção mariana. Assim, a Igreja busca manter a unidade interna e esclarecer ao público em geral os reais fundamentos de sua fé. Informação relatada pelo portal G1.
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